O Presidente da Câmara de Vereadores de Água Clara Saylon Cristiano de Moraes, seus antecessores Vicente Amaro de Souza Neto (PDT) e Valdeir Pedro de Carvalho (MDB), empresários de consultoria jurídica e servidores públicos da Casa de Leis foram condenados a mais de 48 anos de prisão por fraude em licitação, peculato-desvio e lavagem de capitais. Desvios teriam causado prejuízo de R$ 279 mil aos cofres públicos.
A decisão é da Juíza de Direito Camila de Melo Mattioli Pereira, que se embasou em denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul na Operação “Negócio de Família”, deflagrada pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em conjunto com a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Água Clara.
Os crimes foram devidamente individualizados e pormenorizados nas denúncias apresentadas pelo MPMS ao Poder Judiciário do Município de Água Clara. As penas dos 8 réus envolvidos no esquema, somadas, chegam a mais de 70 anos de prisão. Ainda foi decretada a perda do cargo público de Saylon Cristiano de Moraes (PDT) e outro servidor, bem como fixado como valor mínimo de reparação por danos causados o valor de R$ 270 mil considerando os contratos fraudados.
Aos réus foi concedido o direito de apelar em liberdade, considerando não haver fato novo que indique a necessidade de segregação cautelar.
Operação “Negócio de Família”
Durante a operação, foram presos dois ex-Presidentes da Câmara de Vereadores, sendo um deles Vereador de Água Clara com oito mandatos consecutivos. Ao atual Presidente da Câmara de Vereadores, foram aplicadas medidas cautelares de não se ausentar da comarca por mais de oito dias e de comparecimento em Juízo para justificar as suas atividades. Uma servidora da Câmara foi afastada do cargo.
Em Campo Grande, foram presos dois empresários, sócios das empresas de consultoria envolvidas, um deles ex-contador da Casa de Leis. Foram apreendidas, ainda, três armas de fogo com um dos ex-Presidentes da Câmara de Água Clara.
No decorrer das investigações conduzidas pela Promotoria de Justiça de Água Clara, apurou-se o desvio de verba pública na Câmara Municipal daquela localidade, via elaboração de processos licitatórios fraudulentos para a contratação de assessoria em diversas áreas da gestão pública.