0
58

Não se trata apenas de realizar entrega de casas, mas também de oferecer novas oportunidades para o desenvolvimento do núcleo familiar além da moradia digna.  Ao atuar dessa maneira, a Prefeitura de Campo Grande venceu o Prêmio Selo de Mérito 2021, promovido pela Associação Nacional de Cohabs e Agentes Públicos da Habitação (ABC Brasil) na categoria Trabalho Social, com projeto piloto no Parque dos Sabiás concebido pela Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf).

A premiação se deve à implementação bem sucedida de soluções que visem a sustentabilidade em conjuntos habitacionais em todo o território nacional. O programa Ação Intersetorial foi criado pela Prefeitura para propor mudanças efetivas a fim de auxiliar moradores em áreas mais vulneráveis da Capital e que estejam em situação de desemprego, cenário este que se agravou durante a pandemia.

As capacitações visam integrar esses cidadãos, antes marginalizados, de volta à malha urbana regular, após receber o benefício da moradia social. A primeira comunidade atendida pelo programa inovador é o Parque dos Sabiás, loteamento localizado na Região Urbana do Anhanduizinho, que acolhe 42 moradores provenientes da antiga comunidade Cidade de Deus.

Desde meados de 2016, essas famílias conviviam entre dúvidas a respeito do próprio futuro, com a insegurança e falta de acesso a saneamento básico, já que, anteriormente, foram reassentados de maneira precária em moradias inadequadas, insalubres e condenadas por laudo técnico expedido por empresa terceirizada de engenharia em 2018.

Agora, de fato assistidos pelo Poder Público, junto a mais 56 famílias também moradoras do loteamento, foram beneficiados com a conquista da casa própria e ainda com novas oportunidades de reconduzir o curso de suas vidas.

Cidadania, integração e sensibilização

A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (AMHASF), com apoio do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC) e Subsecretaria de Gestão e Planejamento Estratégico (Sugepe), lideram a força-tarefa com o objetivo conduzir as capacitações, treinamentos, além de ensinar aos moradores novas habilidades a fim de prepará-los devidamente para o mercado de trabalho, de modo a incentivar o desenvolvimento autossustentável local.

Como se trata de um projeto piloto rápido, a inserção começou em meados de julho de 2021 e, até o final de dezembro, acontece o encerramento das ações de intervenção na comunidade. Até o momento, os resultados são muito positivos. Mais de 70% dos cursos e atendimentos realizados apresentaram bons resultados nas pesquisas de satisfação junto aos participantes.

A diretora-presidente da Amhasf, Maria Helena Bughi explica que a parceria com as demais secretarias foi imprescindível para o bom desenvolvimento e agilidade dos processos. Para ela, a aceitação da comunidade mostrou que o programa pode ser replicado em outras áreas da cidade.

“A imprensa e a sociedade acompanharam, desde o início, todo o desgaste e a desesperança vivida por essa comunidade antes da relocação. Esse projeto não proporciona apenas a tranquilidade da moradia digna, mas também transforma vidas. É com grande alegria que hoje já vemos resultados positivos, animais vacinados, pessoas inseridas novamente no mercado de trabalho, além do incentivo ao comércio local, iniciado pelos próprios moradores”, ressaltou Maria Helena.

Agora premiado nacionalmente, o Ação Intersetorial ainda servirá de modelo para demais agentes públicos da habitação de interesse social do Brasil. “Vencer o prêmio da ABC Brasil na categoria trabalho social é uma conquista inestimável. Como assistente social, a alegria e o orgulho são redobrados. Precisamos seguir com os nossos olhares voltados às famílias mais vulneráveis da nossa cidade e agir rapidamente para que elas deixem essa condição no menor tempo possível”, complementou a diretora-presidente da Amhasf.

Diferentemente de uma empreitada com finalização na entrega das chaves, o projeto vai além para dar dignidade aos participantes com assistência customizada, crusos, orientações e ensinamentos para que as famílias alcancem a condição de autossustentabilidade.