A ofensiva do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra organizações envolvidas no jogo ilegal em Mato Grosso do Sul avançou nesta terça-feira (25), com o cumprimento de novos mandados que atingem diretamente familiares do deputado estadual Neno Razuk (PL). A ação, realizada em Campo Grande, representa mais um desdobramento das investigações que vêm desmontando estruturas criminosas ligadas ao esquema.

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Entre os alvos está Roberto Razuk, pai do parlamentar e esposo da ex-prefeita de Dourados, Délia Razuk. Há indícios de que irmãos do deputado também estejam entre os investigados. O Ministério Público ainda não divulgou detalhes oficiais sobre a operação desta terça-feira.

A nova etapa ocorre meses após o nome de Neno Razuk ter aparecido na Operação Sucessione, deflagrada para investigar a disputa violenta pelo controle do jogo do bicho na Capital. A investigação apontou que, após o desmonte de quadrilhas revelado pela Operação Omertà, novos grupos criminosos passaram a disputar território em Campo Grande.

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Primeira fase da Sucessione

  • Deflagrada em 5 de dezembro do ano passado, a primeira fase da operação cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã. Entre os investigados estavam o deputado Neno Razuk, quatro assessores parlamentares — incluindo dois policiais militares da reserva — e outras oito pessoas ligadas ao esquema.Segunda fase da operaçãoNa etapa seguinte, o Gaeco executou 12 mandados de prisão preventiva e 4 de busca e apreensão, todos em Campo Grande. Os nomes dos alvos não foram divulgados.O que dizem as investigaçõesDe acordo com o Gaeco, o avanço das investigações permitiu identificar novos integrantes da organização criminosa, que continuou atuando mesmo após outras ações policiais. O grupo:

    Utilizava violência e intimidação para controlar o jogo do bicho;

    Comprava novas máquinas de apostas para retomar áreas de atuação;

    Era formado por policiais militares da reserva e por um ex-PM excluído da corporação;

    Usava porte de arma e conhecimento policial para impor domínio;

    Atuava com núcleos organizados, divisão de tarefas e hierarquia.

    O Ministério Público afirma que 15 pessoas integravam o grupo, que também estaria envolvido em roubos majorados, corrupção e outros crimes graves.

As ações desta terça-feira mostram que o cerco se estreita não apenas sobre operadores diretos do esquema, mas agora sobre figuras próximas ao ambiente político do deputado Neno Razuk.

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