A consolidação da ferrovia unindo Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá, no Paraná, levará a produção agropecuária do Estado a uma nova fronteira de competitividade. A avaliação é do governador Reinaldo Azambuja, que lançou nesta terça-feira (28.11), em São Paulo, o edital de chamamento para empresas do setor de logística se manifestarem para a elaboração de estudos de viabilidade econômica da ferrovia.
“Nosso grande gargalo é a logística. Não tenho dúvidas de que a construção desse modal ferroviário é o caminho para aumentar a competitividade da produção, ampliar a oferta, os dividendos aos produtores e agregar valor aos nossos produtos”, afirmou o governador.
Na avaliação dele, a publicação do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) feita hoje é um passo importante para a consolidação do projeto que trará inúmeros benefícios à produção do Estado, atualmente escoada somente por modal rodoviário. “Acaba tirando a competitividade dos nossos produtos”, explicou. Conforme o governador, estudos apontam que a melhor saída para a produção de MS é pelo Porto de Paranaguá.
“A própria estratégia de Mato Grosso do Sul é cada vez mais agregar valor aos grãos, então é importante ter vários pontos de carga e recarga pensando em proteína animal, combustíveis, celulose e grãos”, afirmou o secretário da Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
“Fazendo esse modal a gente integra uma região extremamente produtiva”, completou, sobre a parceria com o estado vizinho. Juntos, MS e Paraná são responsáveis por cerca de 30% de toda a produção de grãos do País. “A previsão é termos a redução do custo de transporte em cerca de trinta por cento, ligando essas duas importantes regiões produtoras do País”, destacou o governador do Paraná, Beto Richa, sobre a malha ferroviária, apontada como a mais econômica.
Para o Estado, que está se consolidando como um dos principais polos de produção de grãos, carne e celulose, a logística é o principal foco ao desenvolvimento sustentado, explicou o secretário de Infraestrutura de MS, Marcelo Miglioli. “A Ferroeste vai nos permitir estabelecer um sistema intermodal estratégico”, destacou.
“A PMI lançada hoje fará os estudos que vai nos mostrar o melhor caminho para podermos unir os dois estados e transformar num único corredor. E nós estamos falando de dois estados fortíssimos dentro do País que produzem muito e que juntos imagina o tamanho, a força que está concentrada nesses dois estados”, adiantou secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho.
Modernização
Com extensão de mil quilômetros, a nova ferrovia irá interligar o município de Dourados ao litoral do Paraná. Desses, somente 250 quilômetros já existem no trecho entre Cascavel e Guarapuava. O restante será totalmente novo. Os estudos de viabilidade estão orçados em R$ 25 milhões e o custo estimado da obra é de R$ 10 bilhões.
Diretor da Ferroeste, João Vicente Bresolin, adiantou que após a fase de elaboração dos estudos de viabilidade, o governo poderá fazer a licitação da ferrovia. “Hoje o Porto de Paranaguá tem apenas vinte por cento de sua movimentação que chega pela ferrovia, todo o restante vai pela rodovia”, disse, sobre a capacidade do porto em atender a uma demanda ainda maior.
No Paraná, o trecho da ferrovia que dá acesso ao porto foi construída por Dom Pedro II. “Nós estamos no século 21 operando com uma ferrovia do século 19. E é isso que o Governo do Estado não quer que aconteça mais”, comentou. “Esse projeto todo cria um novo ciclo de desenvolvimento não só nos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul e no Paraguai, mas para todo o agronegócio que está envolvido na cadeia logística”, concluiu.
Também participaram do evento em São Paulo a prefeita de Dourados, Délia Razuk, Sérgio Longen, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) e Maurício Saito, presidente da Federação da Agricultura do MS (Famasul).
Foto: Jaelson Lucas -Agência de Notícias do Paraná (ANPR)