Inquérito conclui que mulher influenciou ex-marido a matar dono de lava-jato na Nhanhá

Nayara e Joe foram casados por nove anos e se "aproveitou" de desavença entre autor e vítima para arquitetar plano de execução para subtrair valores de Luiz Tierre Por Vinicius Costa

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A morte de Luiz da Conceição Tierre, de 36 anos, empresário e dono de um lava-jato na região da Nhanhá, em Campo Grande, foi planejada e toda arquitetada pela mulher dele, Nayara Aparecida Garcia da Silva, de 34 anos, com a ajuda do ex-marido Joe Magnun Arce de Souza, de 34 anos. Ele foi o responsável por efetuar os disparos contra a vítima.

O homicídio aconteceu no dia 27 de maio, em frente ao estabelecimento gerenciado por Tierre. Porém, na ocasião em que houve os disparos, Joe também atingiu o motociclista e eletricista Adriano Medeiros Pereira, de 33 anos, que passava na via e foi atingido por uma bala perdida.

O plano de acabar com a vida do empresário teria se iniciado quando Nayara tomou conhecimento de uma venda de uma propriedade, onde a vítima arrecadou um valor de R$ 60 mil. Dias após a morte de Luiz Tierre, o dinheiro sumiu e somente a namorada é quem tinha conhecimento dos valores e que também teria acesso ao lava-jato.

O inquérito policial foi concluído e encaminhado as autoridades competentes no dia 7 de julho, assinado pelo delegado responsável pela investigação, Rodolfo Daltro, da 5° Delegacia de Polícia Civil. Em trecho do documento, a investigação aponta que ela já teria parte do plano em mente e com uma justificativa pronta.

“Nayara da Silva, então, instigou, Joe Magnum a praticar o crime, alegando que estaria sendo ameaçada e agredida por Luiz Tierre, sem que aquele autor, contudo, tomasse conhecimento de que ela, ao fim e ao cabo, visava tomar para si o dinheiro pertencente à vítima”, diz trecho do inquérito.

Nayara e Joe foram casados por nove anos e desse relacionamento, tiveram uma filha, hoje com 8 anos. Mas a polícia só desconfiou do plano da mulher ao ter conhecimento de que o filho de Nayara, de 15 anos, também estaria envolvido por esconder a arma usada por Joe no dia do crime e várias declarações divergentes em depoimentos também fizeram a polícia desacreditar nas versões iniciais.

No dia 26 de maio, um dia antes do homicídio, a namorada de Tierre não esteve no lava-jato como de costume, levantando a suspeita de que ela possa ter se encontrado com Joe e dar informações de como era a rotina da vítima.

“Adicione-se a esse contexto o fato de Nayara, em consonância com o plano por ela arquitetado, não trabalhou no lava-jato no dia anterior à morte de Tierre, convergindo os indícios que se encontrou com Joe Magnum com o desiderato de instigá-lo a dar cabo ao homicídio e a repassar a rotina daquela vítima”, aponta outro trecho da investigação.

As investigações da Polícia Civil prosseguiram e sempre no tom de que a mulher poderia estar envolvida no duplo homicídio, que também havia a participação do filho adolescente. Em conclusão do inquérito, a polícia notou que a ação foi elaborada pela tentativa de subtrair os valores de Tierre com a desavença que existia entre vítima e Joe.

“Desse modo, as investigações levadas a efeito convergem, em suma, que Nayara Aparecida Garcia da Silva arquitetou a subtração de valores que estaria em poder da vítima Luiz da Conceição Tierre, sendo que para dar cabo a esse intento instigou Joe Magnum Arce de Souza, que já nutria desavença com essa vítima, a praticar o homicídio”, finaliza o documento policial.

Joe deve responder pelo crime de homicídio qualificado, enquanto Nayara pode responder pelos crimes de porte ilegal de arma, corrupção de menor e furto qualificado.