O deputado federal Marcos Pollon se pronunciou, na terça-feira (4), contrário à proposta da reforma tributária, que deve ser votada em primeiro turno até sexta-feira (7). Na Tribuna, durante debate no plenário da Câmara, ele disse que tal reforma tributária é mais um projeto de vingança, que vem para destruir o país e colocar todos reféns do Governo Federal.
Ele começou seu discurso destacando que a proposta preocupa, porque tumultua o sistema, aumenta a carga tributária do brasileiro e diminui a arrecadação de muitos estados. “Nós estamos acompanhando, a passos largos, o verdadeiro desmanche do nosso país. Hoje temos um capítulo triste deste retrocesso se avizinhando. A tal da reforma tributária vem jogar uma pá de caos sobre a possibilidade de desenvolvimento dos estados e municípios. Alguns estados, como Mato Grosso do Sul chegam a sofrer uma queda de 20 a 25% em sua arrecadação. Municípios estão sendo destruídos, alguns terão mais de 90% de sua receita vilipendiada. Além disso, há uma oneração da classe produtora, do setor primário do agronegócio, que é a locomotiva do Brasil. Em Mato Grosso do Sul, em alguns casos, chega a sofrer uma oneração superior a 600%”.
Para Pollon, o pacote de maldade do Governo federal não para aí. “Os alimentos da cesta básica em alguns estados chegarão a ter uma oneração superior a 60%. No final das contas, os impostos aumentarão e muito, e recairão sobre os mais carentes, os mais pobres, porque sempre é assim. Qualquer imposto que é criado é repassado até chegar na ponta da linha, que é a classe mais pobre. Os mais abastados têm ferramentas jurídicas para evitar a tributação, no entanto esse arrodo é o povo”.
O deputado reafirmou na Tribuna hoje que o atual Governo Federal, assim como fez taxando a importação e criando outros impostos, só quer “enfiar a mão nos bolsos da população brasileira para arrancar dinheiro. Isso que faz um Governo gastão, um governo perdulário, um governo sem responsabilidade fiscal. Imposto em um país que gasta mal, que não tem responsabilidade com os gastos, é imoral e inadmissível”.
Pollon concluiu que a reforma tributária, nada mais, é que uma imposição, sem qualquer debate e com único objetivo. “Nós não podemos permitir que a tal reforma tributária venha destruir o nosso país e colocar todos reféns do governo federal. Governadores e Prefeitos terão que mendigar recursos perante a união, para poder fazer qualquer coisa em seus estados. Nós não podemos permitir que isso passe e o mais assustador é que não se permite sequer uma discussão madura sobre o tema. É tudo voltado ao afogadilho. O texto é imposto de cima para baixo. Nós não merecemos a destruição do país na velocidade que está tendo. O que se vê não é um projeto de governo, é simplesmente um projeto de vingança”.