O secretário municipal da juventude de Campo Grande, Maicon Nogueira, criticou a operação da Polícia Civil, na qual equipes da Decon, do Procon-MS, Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), e GOI (Grupo de Operações e Investigações) participaram da ação que resultou na apreensão de materiais que somam a quantia de R$ 1 milhão. O secretário fez um vídeo que está circulando nas redes sociais, onde ele ataca a ação: “Será que não tinha mais nada importante para os caras combater, como tráfico de drogas, como gente fazendo coisa errada, vai em cima de quem está trabalhando. O poder público tem que ir nessa hora, falar: ó irmão, vamos abrir uma MEI e vamos se formalizar, vamos sair da informalidade. O poder público tem que ter essa visão para com o trabalhador, não a visão da opressão. É uma ação burra e desumana”, diz Maicon.
Em resposta, o delegado André Matsushita, presidente da ADEPOL-MS (Associação dos Delegados de Policiais de Mato Grosso do Sul), publica um vídeo onde responde à altura. “De uma forma bastante ríspida, ele taxa a operação de burra, isso mesmo, burra. Então, Sr. Maicon Nogueira, eu vou dar aqui uma sugestão: antes de você chamar de burra a operação realizada por trabalhadores, homens e mulheres, pais e mães de família que estão executando sua função constitucional, seria de bom alvitre que você fosse ver o que significa o poder público e perceber que ele tem suas atribuições, tem os seus órgãos próprios, então não cabe ao delegado de polícia e seus agentes chegar no cara e falar o meu, vamos abrir uma MEI, isso aí é função de outro órgão, não da Polícia Civil, a Polícia Civil executa a lei, conforme está escrito. Beleza?! São operações legais, legítimas e vão continuar acontecendo”, finaliza o delegado André Matsushita.
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A Operação
O dono de 11 lojas no centro de Campo Grande, um indiano, alvo da Operação, atua na venda de celulares, acessórios e serviços de assistência técnica desde 2018; no entanto, dos 11 estabelecimentos vistoriados, apenas três estavam regulares. Os demais não tinham alvará de funcionamento e foram fechados pelo Procon-MS (Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul). O empresário foi conduzido para a delegacia onde prestou esclarecimentos e depois foi liberado; no entanto, ele ainda pode responder pelos crimes de descaminho e sonegação de imposto, considerando que o proprietário não emitia nota fiscal dos produtos vendidos e serviços prestados.
A Operação ‘Nightmare’, que traduzindo do inglês significa pesadelo, foi desencadeada nesta quarta-feira (22), em resposta a denúncias ao Procon MS sobre lojas em Campo Grande. As queixas envolvem atendimento, qualidade dos produtos e práticas enganosas. Comerciantes confirmam problemas, enquanto a polícia fecha oito lojas e apreende diversos produtos. Durante as ações, foi identificado trabalho infantil e condições inadequadas, levando à denúncia ao Ministério do Trabalho. O delegado Reginaldo Salomão destaca a necessidade de os consumidores serem mais criteriosos e compreenderem as origens dos produtos. A operação contou com a participação de 44 policiais.