Dois delegados de Polícia Civil que lideravam delegacias em Ponta Porã foram condenados a prisão por envolvimento em um esquema de corrupção, conforme decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul no dia 7 de novembro de 2024. A sentença reverte uma decisão de primeiro grau que os havia inocentado, resultando em penas de regime fechado e na perda dos cargos.
A investigação, que durou mais de dois anos, foi conduzida pela Operação Codicia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) do MPMS. O esquema, apelidado de “balcão de negócios,” envolvia delegacias em Ponta Porã utilizadas para obter vantagens ilícitas, como propina para liberação de veículos apreendidos e devolução de drogas confiscadas a traficantes.
Um dos delegados teve sua pena aumentada para mais de 15 anos de reclusão, enquanto o segundo delegado, que havia sido absolvido, foi condenado a 8 anos e 5 meses de prisão. Ambos perderam seus cargos.
Além dos delegados, seis policiais civis e uma perita foram condenados por corrupção e organização criminosa, com penas de até 8 anos de reclusão. O Tribunal destacou o impacto negativo dos crimes na confiança pública, afirmando que tais atos abalam a credibilidade das instituições de segurança.
As investigações revelaram que os policiais extorquiam valores para liberar veículos e negociavam drogas apreendidas, usando a delegacia como uma “base” para o esquema. Dois beneficiários do esquema também foram condenados por corrupção ativa, com penas de 4 e 2 anos de prisão.