Paraguai quer construir ferrovia paralela à rota bioceânica

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Além de reafirmar o projeto de construção da ponte sobre o rio Paraguai, em Porto Murtinho – obra que tornará viável a rota rodoviária bioceânica passando por Mato Grosso do Sul até chegar aos portos do Chile – o governo do país vizinho também anunciou a intenção de construir paralelamente à rodovia uma estrada de ferro que vai cortar todo o território paraguaio até se conectar com a ferrovia argentina na cidade de Salta. A informação é do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que participa nesta segunda-feira (12.8), em Assunção, do I Seminário de Integração da Infraestrutura de Transporte Rodo-ferroviário da América do Sul.

 

Verruck representa o Governo do Estado no encontro, que conta com participação de toda a alta cúpula do Paraguai e também do senador Nelson Trad Filho, presidente da Comissão de Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado; do coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos do Ministério das Relações Exteriores, ministro João Carlos Parkinson de Castro, e do deputado federal Vander Loubet e o diretor da Itaupu Binacional, Carlos Marum.

 

“A grande novidade que ouvimos aqui foi através do ministro de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Arnoldo Wiens. Está reservada uma faixa de 60 metros ao lado da rodovia bioceânica que passa por obras de pavimentação, para construção de uma ferrovia ligando Carmelo Peralta/Porto Murtinho até a cidade de Salta, ao Norte da Argentina”, disse Verruck. “Mato Grosso do Sul está no centro dessa discussão, existe hoje um pensamento único no Estado em prol do desenvolvimento”, comemorou.

 

A reunião em Assunção contou com a participação das autoridades paraguaias, do diretor da Itaipu Binacional, Carlos Marum, ministro João Carlos Parkinson, deputado federal Vander Loubet, senador Nelsinho Trad e o titular da Semagro, Jaime Verruck (foto: Divulgação)

 

Está mantido o cronograma de construção da ponte sobre o rio Paraguai, disse o secretário. A obra torna viável a ligação rodoviária bioceânica, será construída pela Itaipu com valor estimado de R$ 290 milhões e deve ficar pronta em 2023. O senador Nelsinho Trad assegurou, também, que o acesso da BR-267 até o local de construção da ponte – trecho de 11 quilômetros – será feito pelo governo brasileiro, com recursos já reservados no PPA (Plano Plurianual).

 

A ponte de Murtinho terá como parâmetro a ponte estaiada construída sobre o rio Paranaíba e que liga a cidade de Paranaíba (MS) a Porto Alencastro (MG). Esse modelo não atrapalha a navegabilidade do rio, pois os pilares serão erguidos nas margens e a uma altura que permite às embarcações passagem por baixo. A extensão total da ponte será de 680 metros, de uma barranca a outra do rio, 12 metros de largura, com mais uma passarela lateral para pedestre de um metro de largura. O vão entre os dois pilares terá de 380 metros, mais 150 metros de cada pilar até a margem. A altura dos pilares que sustentarão os cabos (estai) será de 95 metros.

 

O corredor bioceânico vai reduzir em 17 dias o trajeto de viagem das commodities de Mato Grosso do Sul até o mercado asiático, embarcando nos portos do Chile, ao invés de usar os portos de Paranaguá (PR) ou de Santos (SP). Com o corredor bioceânico garantido – o Paraguai está pavimentando o trecho de 600 quilômetros da rota que corta seu território – os países, agora, concentram negociações para concretizar também o modal ferroviário.

 

O ministro paraguaio Arnoldo Wiens externou confiança no sucesso das negociações, frisando que este é o primeiro encontro internacional para tratar da construção da rota rodo-ferroviária e muito já se avançou. Ele espera que o assunto, agora, seja amadurecido nos governos de capa país participante e em breve aconteça outra reunião para avaliar o andamento das tratativas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto do destaque: Chico Ribeiro