O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou 21 pessoas, incluindo dois advogados e um policial civil, por integrarem uma organização criminosa que utilizava caminhões de empresas terceirizadas dos Correios, frigoríficos e até uma funerária para o tráfico de drogas. Os denunciados foram alvos da Operação Snow 2, deflagrada na última quarta-feira (15), com o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

De acordo com a denúncia, protocolada nesta segunda-feira (20), a estrutura logística da organização incluía caminhões dessas empresas para o transporte de cocaína e maconha. Um dos episódios relatados aponta que uma carreta dos Correios ficou presa em um barracão enquanto descarregava cocaína.

Interceptações telefônicas realizadas pelo Gaeco revelaram a preocupação de integrantes do grupo com a visibilidade de um caminhão dos Correios. Em um diálogo, Rodney Gonçalves Medina demonstrou sua apreensão ao falar com Ademar Almeida Ribas, conhecido como Pitoco, sobre a entrada da carreta no local: “Mas o … eu só fiquei meio assim entrar a carretona do CORREIO lá, né? Vai ter que fazer uma estratégia bem boa hein, ou uma desculpa bem boa, né?”.

Ainda assim, o transporte ocorreu à noite, em um barracão localizado no Jardim Pênfigo, em Campo Grande, e o grupo chegou a publicar imagens da carreta durante o trajeto como prova do sucesso da operação.

Depósito de drogas e apreensão milionária

A denúncia aponta que Rodrigo de Carvalho Ribas e seu irmão, Ademar Almeida Ribas, eram responsáveis pelo depósito de drogas da organização, denominado “local 1”, situado na Avenida Gury Marques, no Bairro Universitário, em Campo Grande. No dia 13 de abril de 2023, foram apreendidos no local 839,2 kg de cloridrato de cocaína e 20,8 kg de skank, avaliados em R$ 64 milhões.

Envolvimento de advogados e policial civil

Os advogados V. A e A.C.J foram denunciados por atuarem além de suas funções jurídicas, contribuindo para blindar os integrantes do grupo criminoso e cooptar policiais civis. Segundo o Gaeco, eles também participaram da obtenção de informações privilegiadas e do monitoramento das cargas de drogas, além de aconselhar a organização em assuntos estratégicos.

O escrivão da Polícia Civil, G.A, foi denunciado por realizar consultas em bancos de dados sigilosos para fornecer informações sensíveis ao grupo.

Líderes da organização

Entre os líderes denunciados estão Ademar Almeida Ribas (Pitoco), Joesley da Rosa, Luiz Paulo da Silva Santo (Soneca) e Rodney Gonçalves Medina. A investigação revelou que Joesley e Rodney, por intermédio de A.C.J, ofereceram propinas a policiais civis ainda não identificados para assegurar a apreensão e posterior devolução de caminhões usados pelo grupo.

Execuções dentro do grupo

O Gaeco também destacou que a organização criminosa realizava execuções de integrantes considerados “infiéis”. As provas indicam que Rodney Gonçalves Medina esteve envolvido em homicídios de membros do grupo, geralmente motivados por perdas de cargas ou outros desentendimentos relacionados ao tráfico.

Um dos casos mencionados foi o assassinato de um motorista de funerária, executado a tiros após não cumprir as ordens do grupo. O caso teve destaque em veículos de comunicação da Capital.

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