Menos de 24 horas após reassumirem seus cargos, quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado foram novamente afastados por decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O novo afastamento, determinado nesta terça-feira (22), terá duração de 180 dias.

Os magistrados Alexandre Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva e o conselheiro Osmar Domingues Jeronymo são investigados no âmbito da Operação Ultima Ratio. Eles haviam retornado ao trabalho após o fim automático do primeiro período de afastamento, iniciado com a deflagração da operação, mas a retomada das atividades foi interrompida no mesmo dia.

Também foi revogada a suspensão do uso de tornozeleiras eletrônicas, outro ponto das medidas cautelares determinadas inicialmente pela Justiça.

O único dos investigados que permanece em atividade é o desembargador Sérgio Martins, cujo retorno ao expediente também foi autorizado por decisão do ministro Zanin.

Sobre a investigação
A Operação Ultima Ratio apura supostos crimes envolvendo venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, extorsão e falsificação de documentos no âmbito do Poder Judiciário sul-mato-grossense.

Durante as ações de busca e apreensão, foram localizadas armas em residências de dois dos desembargadores e mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo, sendo R$ 2,7 milhões encontrados na casa de um dos alvos da operação.

A investigação é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, e conta com o apoio da Receita Federal. Na época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou uma série de medidas restritivas contra os investigados, incluindo afastamento de funções públicas, proibição de acesso a órgãos públicos, restrição de contato entre os envolvidos e uso de monitoramento eletrônico.

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