O FAS (Festival América do Sul) continua valorizando a arte, cultura e tradição em Corumbá, Ladário e nas cidades fronteiriças, com atividades que exploram o tema “Singularidades que integram a América do Sul”. O evento segue até o dia 18 de maio. Nesta sexta-feira (16), foi a vez do ritmo da favela ganhar vida na oficina de “Passinho” promovida pelo grupo de dança de Corumbá URBE.
O “Passinho” é uma dança urbana brasileira que combina elementos do funk carioca com estilos como frevo, break, samba, capoeira, dança contemporânea e até danças de rua internacionais. Ele é caracterizado por movimentos ágeis, criativos e improvisados, especialmente com as pernas e os pés.
Esta vertente da dança urbana surgiu nas favelas do Rio de Janeiro, por volta dos anos 2000, como uma forma de expressão corporal ligada ao funk carioca. Jovens de comunidades começaram a criar passos e sequências de dança para acompanhar as batidas do “funk” e de outros subgêneros, gravando vídeos com celulares e postando nas redes sociais.
Edelton Mendes Amorim, de 34 anos, é bailarino, coreógrafo e coordenador do grupo URBE. Ele explica a origem e a diversidade da dança de rua “Passinho”.
“O passinho é uma das vertentes da dança de rua e vem da favela, da comunidade, da realidade e vivência das pessoas da periferia. Cada passinho tem o nome de uma pessoa, que é de uma comunidade, por exemplo, tem o passinho do sabará, o rabisca, tem o passinho do bate-bola, que faz parte do carnaval do Rio, que tem o bloco do bate-bola. É uma dança enérgica, ligada ao funk, marcada pela criatividade e improviso. Em alguns estilos, tem até o uso do chinelo com os dançarinos marcando a batida com o chinelo”, explica Edelton.
Natanael Sanchez, de 18 anos, é de Corumbá e atua na dança há sete anos. Ele conta que entrou nesse universo por acaso, mas acabou se identificando profundamente:
“Uma professora me chamou para participar das aulas porque estava faltando um menino. No começo, eu disse que não gostava, mas fui assim mesmo e acabei me apaixonando. Hoje faço balé, street dance, mas o passinho é um dos meus estilos preferidos. É um ritmo em que consigo expressar o que sinto. Desde criança eu tinha vontade de dançar, via na TV e pensava, um dia ainda vou aprender. Agora estou realizando isso”, relata Natanael.
O Festival América do Sul segue com uma programação diversa, democratizando o acesso à arte e à cultura em todos os cantos da cidade. Para mais informações acesse o site Fundação de Cultura e @fundaçãodeculturams no Instagram.
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Bel Manvailer – ASCOM/FAS 2025
Fotos: Marithê do Céu – ASCOM/FAS 2025