Mostra reúne 46 obras e destaca o olhar artístico sobre paisagens e cenas urbanas
A arte urbana ganhou espaço no Campão Cultural 2025, nesta sexta (28) com a abertura da Exposição Urban Sketchers, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande. A mostra, com curadoria do artista Fabrício Martins, reúne 36 obras do grupo Urban Sketchers e 10 individuais do próprio curador, trazendo ilustrações feitas ao ar livre que capturam o cotidiano e a identidade das cidades. A exposição fica em exibição até o dia 27 de abril, com visitação gratuita.
Criado em 2007, nos Estados Unidos, o movimento Urban Sketchers se tornou uma comunidade global de artistas que desenham em espaços públicos para registrar a história urbana de maneira espontânea e autêntica. O lema é “Mostramos o mundo, um desenho de cada vez!”. Hoje, o grupo está presente em mais de 50 cidades brasileiras, incluindo Campo Grande, onde artistas e entusiastas se reúnem mensalmente para desenhar e trocar experiências.
O conceito de desenhar ao ar livre e registrar paisagens urbanas tem sido uma forma de preservar a memória das cidades por meio da arte. “Os Urban Sketchers surgiram com a ideia de captar a fugacidade da vida urbana. Cada cidade tem sua identidade, e aqui em Campo Grande, nossos desenhos retratam essa atmosfera particular”, conta Ângela Silva, uma das artistas participantes da exposição. Ela, que desenha desde a infância, tem três obras expostas no MIS e reforça o valor da arte como uma maneira de compreender e registrar a realidade. “Para mim, desenhar é uma forma de expressão, é o modo que a gente tem de se colocar no mundo e de responder ao cotidiano”, complementa.
A estudante Bruna Dias encontrou no Urban Sketchers um espaço para se reconectar com o desenho livre, após um período focado no traço técnico do curso de Arquitetura. “Descobri o grupo pelo Instagram e adorei a experiência. É inspirador ver a cidade ganhar vida através dos desenhos, capturando o dia a dia das pessoas.” Para ela, a troca de experiências entre os participantes é enriquecedora. “Nos encontros, cada um tem um olhar único sobre a cidade. Ao desenhar em grupo, aprendemos muito uns com os outros.”
Já Fabrício Martins, curador da exposição, destaca a diversidade de técnicas utilizadas pelos artistas. “Temos aquarela, grafite, contornos e diversas abordagens que mostram diferentes perspectivas do mesmo cenário. A ideia é que o público perceba como o cotidiano pode se transformar em arte”, explica. Para ele, desenhar ao ar livre é um desafio estimulante. “Prefiro estar na rua, sentir o caos, a luz mudando, o vento trazendo folhas para dentro da pintura. Isso torna a experiência mais autêntica e vibrante.”
Outro aspecto interessante da exposição é a diversidade de cenários retratados. Além de paisagens urbanas de Campo Grande, a mostra inclui desenhos de cidades do interior de Mato Grosso do Sul, como Ponta Porã, Maracaju e Miranda. “Não precisamos de um monumento histórico para criar uma obra de arte. Uma simples esquina com um barzinho e pessoas sentadas pode virar um desenho incrível”, diz Fabrício.
A Exposição Urban Sketchers é um convite para explorar e reinterpretar a urbanidade por meio da arte. A entrada é gratuita e a visitação pode ser feita até o dia 27 de abril, das 7h30 às 21h, de segunda a sexta, no Museu de Imagem e do Som, que fica no terceiro andar do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, que fica na av. Fernando Corrêa da Costa, 559.
O Campão Cultural acontece de 27 a 30 de março e de 3 a 6 de abril. Para conferir a programação completa, acesse o site ms.cultural ou siga a página @festivalcampaocultural no Instagram.
Galeria de Imagens
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