O diretor-médico do Hospital do Coração de Campo Grande, Jandir Junior, disse durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (4), que o cantor João Carreiro foi vítima de mais de uma causa de problemas cardíacos, que levaram à mesa de cirurgia, onde acabou morrendo, aos 41 anos.
Foi uma cirurgia difícil, na definição do médico, e que durou 12 horas, bem mais que a média nesse tipo de intervenção, com duração em torno de 4 a 5 horas. O cantor sofreu, nas palavras de Jandir Junior, uma complicação inerente a esse tipo de procedimento.
Para realizar a cirurgia, foi usado o suporte de uma máquina que, em linguagem leiga, ajuda o coração a continuar funcionando. Por horas, disse o médico, os batimentos foram mantidos, mas chegou um momento em que, ao desligar a máquina, o corpo do cantor não suportou mais e o coração parou.
Segundo o médico explicou, o artista já apresentava sinais de um coração cansado, inclusive aumentado.
“O coração dele já não era normal, o órgão já tinha uma dilatação fora do comum”, disse Jandir Junior.
Além do popular sopro no coração, João Carreiro tinha uma calcificação no anel da válvula mitral, afirmou o médico. “Foi mais de uma causa. Foi um prolapso com uma degeneração importante da válvula, que pode ter acontecido durante anos”.
Possíveis causas para esses problemas, acrescentou o profissional de saúde, são a febre reumática e a degeneração precoce da válvula mitra.
Segundo a explicação do médico, a maior parte dos casos de prolapso, o sopro, é assintomática.
“No caso do João, pode ter sido um problema desde a infância que foi evoluindo ao longo da vida”
O corpo de João Carreiro foi velado na Câmara Municipal de Campo Grande e no fim da manhã foi levado, para Cuiabá, capital do Mato Grosso, cidade onde o cantor nasceu e será sepultado, depois de despedida no Ginásio Aecim Tocantins.
