Neste domingo (6), o Coletivo Sound System integrou a programação do Campão Cultural com muito reggae e cultura de rua, no Monumento Maria Fumaça, em Campo Grande. A programação compôs o Campão Cultural 2025, promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da FCMS (Fundação de Cultura) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura).
O grupo Rockers Sound System, fundado em 2008, é pioneiro do movimento reggae sound system em Mato Grosso do Sul. Produzido de forma artesanal, com caixas de som feitas à mão, o Rockers representa a conexão entre as periferias e as raízes do reggae mundial. Na programação, o público pôde curtir sessões com seletores, DJs, cantores, flagman e instrumentistas convidados.
Diego Manciba, 42 anos, integrante do Rockers Sound System, explicou a motivação do evento:
“A gente veio trazer um pouco da cultura de rua, contar, através da música, a história do povo africano, a história do povo oprimido. É um movimento de rua, com caixas de som artesanais feitas especificamente para isso. As caixas são construídas à mão, com ferramentas manuais e elétricas, desenhadas especialmente para tocar reggae. São feitas para reproduzir as frequências de grave, médio e agudo, com caixas específicas para cada tipo de som.”
Diego também destacou a importância da presença no Campão Cultural diante da marginalização do gênero:
“É importante a gente estar aqui porque somos uma cultura de rua, e muitas vezes somos marginalizados. Estar nesse espaço, com uma estrutura mínima, banheiro, uma tenda, já faz muita diferença. Para quem trabalha com cultura de rua, ter acesso a isso é essencial. E o Campão vem justamente para dar esse acesso.”
Ana Souza, 29 anos, artesã de roupas, falou sobre sua relação com o grupo e o reggae:
“Eu conheço os meninos há mais de 15 anos, desde a época em que o Rockers tinha um espaço fixo. Foi lá que conheci o trabalho deles. Eu adoro reggae, é sempre muito bom. Os meninos são resistência, estão há muito tempo na cena, tocam em várias bandas, têm história.
Hoje vim com minha filha, a Maria Flor, que tem 6 aninhos. É uma alegria poder trazer ela pra viver tudo isso também.”
Entre o público que acompanhou a apresentação estava o cantor e artista Eduardo Miranda Martins, de 40 anos, que destacou a força do movimento e sua influência na cena musical contemporânea:
“O Sound System, pra mim, é um movimento social dentro da cena da música eletrônica. Ele mistura sons eletrônicos com metais e com a música contemporânea. Eu uso muito essa linguagem no meu trabalho diariamente. Misturo o samba com a música eletrônica, com essa pegada do Sound System, e acho isso muito potente”.
Bel Manvailer, Comunicação Campão Cultural
Fotos: Ricardo Gomes/ Comunicação Campão Cultural