Uma ligação ao 190 salvou uma mulher vítima de violência doméstica em Campo Grande. Ao pedir por “dipirona”, ela conseguiu alertar a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) de que estava em perigo, usando a palavra como um disfarce para o pedido de socorro. O caso ocorreu no último sábado (2) e foi divulgado nesta terça-feira (5).
O policial que atendeu à chamada percebeu que havia algo errado e passou a fazer perguntas codificadas para entender a gravidade da situação e identificar o agressor.
— “A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?”, questionou o PM.
— “Sim, é a dipirona, sim”, respondeu a mulher.
— “Agora fala a intensidade da agressividade aí, a senhora miligramas: 10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas. Qual é a intensidade da agressividade dele?”, continuou o policial.
— “30”, respondeu a vítima.
Com base nas informações, a equipe foi enviada ao local. A mulher foi localizada sem ferimentos graves e o agressor acabou preso.
Graças à sensibilidade do atendimento e à pronta resposta da PMMS, a vítima conseguiu escapar não apenas de mais uma agressão, mas possivelmente da morte — cenário comum em casos de feminicídio que têm se repetido em Mato Grosso do Sul. A violência doméstica, quando não interrompida, frequentemente evolui para situações extremas e fatais.
Dias depois, a vítima voltou a ligar para o batalhão. Dessa vez, não para pedir socorro, mas para agradecer o acolhimento e a atuação dos policiais que salvaram sua vida.