Profissionalização em áreas com grande necessidade de mão de obra é um dos focos da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) no processo de tratamento penal e de reinserção social de pessoas em cumprimento de pena em Mato Grosso do Sul.
Nesse sentido, vários cursos na área da beleza, um dos principais mercados de trabalho na atualidade, vêm sendo ofertados a custodiados do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Ima Zorzi”, em Campo Grande, maior presídio que abriga mulheres no Estado.
No momento, as internas participam do curso básico de Manicure e Pedicure, ministrado pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), onde estão aprendendo desde as técnicas de higienização e esmaltação a como fidelizar clientes ou conquistar uma boa ocupação em salões de beleza. ”
A interna Adarquiça Andreza Valdez Areco é uma das alunas e se diz muito feliz com a oportunidade. “Primeiramente, pela esperança que nos proporciona, faz a gente se sentir importante e poder sair daqui melhor e com expectativa. Estou muito empolgada porque a gente vai sair com um diploma, sabendo uma profissão”, agradece.
Profissão que pode ser garantia de sustento quando estiver em liberdade, segundo a instrutora do Senac, Vânia Santos Bezerra Mendes, que a mais de 40 anos está na profissão é a responsável por passar o conhecimento as internas. “O mercado da beleza é hoje o que há no mercado, tem muita procura, e elas estão preparadas para trabalharem em qualquer salão ou mesmo atendendo em domicilio”, destaca.
Conforme a professora, o a renda conquistada vai depender da habilidade que desenvolverem e a clientela que conseguirem com a qualidade de seus trabalhos. “Quanto mais treinarem e aprenderem, mais clientes poderão atender e mais dinheiro vão receber”, pontua.
Para a diretora do EPFIZZ, Mari Jane Boleti Carrilho, mercado da beleza e as oportunidades profissionais nesta área não param de crescer, representando chances reais, para quem está capacitado, de conquistar um trabalho digno. “Nesse sentido, cursos de embelezamento pessoal já fazem parte da rotina das custodiadas”, destaca.
Dados do Setor de Educação do presídio revelam que, entre o ano passado e este ano, mais de 80 custodiadas foram qualificadas na área, em cursos como maquiagem, técnicas de barbearia, designer de sobrancelhas, depilação com linha e manicure e pedicure. “Também temos a previsão de um curso de cabeleireiro em agosto”, comenta a chefe do setor, policial penal Ana Lucia Coinete.
As reeducandas também participam de iniciativas na área cultural, oferecidos em parceria com a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), como aulas de yoga e Jazz e de trabalhos manuais em argila por meio do projeto “Onça Pintada”.
Ações de ensino e profissionalização para custodiados da Agepen são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Assistência Educacional.
Keila Oliveira, Agepen
Fotos: Keila Oliveira e Divulgação/EPFIIZ