Relatório de investigação da Operação ”Cascalho de Areia”, deflagrada pelo Ministério Público Estadual do MS, sugere situações absurdas com o dinheiro público. Uma das empreiteiras envolvidas em esquema de R$ 300 milhões, recebeu por cascalhar rua já pavimentada, em Campo Grande. Tudo isso ocorreu na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad, do PSD.
A Cascalho de Areia foi deflagrada no dia 15 de junho contra empresários e até políticos da Capital. A investida é do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, o GAECO, com apoio do Grupo de Combate à Corrupção, o GECOC. Um dos alvos é a Engenex Construções.
Lúdio Martins
Conforme relatório do GECOC, a Engenex fez constar na planilha da 24ª medição, que promoveu intervenções na avenida Prefeito Lúdio Coelho entre Panambi Vera e Agnelo Zafalon, no dia 13 e 21 de janeiro de 2021.
O detalhe, diz a apuração, é que o trecho em questão é pavimentado e a empresa foi contratada exclusivamente para reparar vias sem asfalto na cidade. O GECOC fez questão de c copiar e inserir no relatório o trecho que mostra o objeto do contrato entre prefeitura e empresa.
O MPE trata o serviço como ‘’supostas intervenções’’ na Lúdio Coelho, que se repetiram nos trechos entre as Ruas Panambi Vera e Agnelo Marques Zafalon (Aquarius I) e entre as Ruas Maria Carlota Giordano e Armando Capriata (Oliveira III).
”Apurou-se também que na Rua Avenida Das Mansões, trecho entre as Ruas Maria Carlota Giordano e Armando Capriata. A referida via é pavimentada, inexistindo possibilidade de atuação da empresa Engenex Construções”, diz outro trecho do relatório do GECOC.
Mapa mostra trechos que a empresa diz ter cascalhado. (Foto: MPE-MS)
Relatório do GECOC mostra que ocorreu o mesmo ”problema” em outro trecho da Lúdio Martins Coelho, conforme planilha de 25ª medição, na parte entre entre as Ruas João Rezek e Rogério Giordano, Rua Maria Carlota Giordano ate a Rua Amando Capriata, e entra as Ruas Alberto Jissum Minei até a Avenida Roseira, no Oliveira III, em 15 de fevereiro de 2021.
Novamente, membros do grupo ressaltaram que o trecho em questão tem asfalto, sem qualquer cabimento para recebimento de aplicação de revestimento primário, além de estar fora do contrato.
No relatório constam diversas fotos e também as planilhas de medições feitas pela empresa, para registrar o ”serviço” e receber por ele.
Cascalho de Areia
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, deflagrou Operação ”Cascalhos de Areia” que objetivou o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão na Capital, decorrentes de decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul.
A operação ocorre dentro de um Procedimento Investigatório Criminal que tramita na Justiça Estadual, e apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município, que ultrapassam o valor de 300 milhões de reais.
O espaço está aberto aos investigados bem como às empresas citadas.
Fonte: Top Mídia News
