Os trabalhadores da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande entram em greve a partir desta quarta-feira (27), por tempo indeterminado. O motivo é a cobrança do reajuste salarial que ainda não foi aplicado.
Segundo a categoria, a instabilidade na contratualização entre o município e a Santa Casa é um problema antigo da época do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).
“Antes de pleitear o governo do Estado e quando ainda era prefeito de Campo Grande, Marcos Trad nos prometeu, em mesa de negociação, que iria solucionar a questão da contratualização entre Santa Casa e município, para dar fim os problemas que se refletiam desse impasse. Agora, a expectativa da Enfermagem da Santa Casa – cerca de 1.400 profissionais – é de que a atual prefeita, Adriane Lopes, dê continuidade a essa promessa e solucione a questão”, enfatiza o presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana.
Na última sexta-feria (23), o SIEMS notificou, por ofício, o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, Prefeitura e Câmara Municipal, destacando os motivos e ações que acontecerão durante a greve, conforme a Constituição Federal e Lei 7.783/89.
Segundo o presidente do SIEMS, a categoria já tentou diálogo, mas sem resultados quanto ao reajuste. “Participamos até mesmo de reunião com a prefeita e toda sua equipe. Apresentamos a realidade da Enfermagem. Fomos à Câmara Municipal, acompanhamos reunião no Ministério Público. Esgotadas as alternativas, a categoria deflagrará greve por tempo indeterminado, a partir das 6h30 desta quarta, com reivindicação de reajuste salarial no percentual de 10,16% ”, explica Lázaro Santana.
Em setembro, o valor de repasse para o hospital passou para média de 28 milhões ao mês, mas o hospital solicitava um aporte de mais 12 milhões. “Na última reunião no Ministério Público, o hospital cedeu e apresentou uma proposta de 4,5 milhões a mais, valor que seria efetuado em conjunto pelo Estado/ três milhões e município/ um milhão e meio, o Estado não se opôs, mas a prefeitura municipal se manteve irredutível e recusou a proposta”, relata o Enfermeiro.
Conforme o Ministério Público, foram findadas as possibilidades de intermediações no órgão, tendo em vista que aconteceram cinco reuniões, sendo que na última, apenas a prefeitura se recusou a firmar proposta.