A tarde desta sexta-feira (28) foi de muita alegria na Concha Acústica Helena Meirelles, do Parque das Nações Indígenas. Foi encenada a peça Grandes Miudezas do Pantanal, do Grupo Casa, que trouxe causos e contos do Pantanal para a criançada.
Ligia Tristão Prieto, diretora do Grupo Casa, disse que o espetáculo é um convite para todo mundo olhar as delicadezas que a gente tem no Pantanal e ver a riqueza do nosso território. “Ppra gente conseguir pensar um pouquinho melhor tudo isso que a gente vive. As crianças gostam muito, é um espetáculo que a gente construiu para isso, para a infância e para a adolescência”.
O espetáculo convida as crianças a olhar o entorno delas, o chão onde elas mesmas pisam. “A gente traz um teatro de sombras onde a gente apresenta os bichos do pantanal, começa a trazer curiosidades sobre os bichos do pantanal pra gente começar a conversar sobre isso com as crianças. O espetáculo é composto de músicas autorais, menos a última que é a Chalana, que foi uma escolha porque todo mundo conhece. A gente traz a história do Pantanal dentro dele, acho que mistura um pouco de história, geografia, de ambiente, a luta pelo meio ambiente, a gente traz a curandeira, o minhocão, que são lendas do pantanal para as crianças poderem, a partir dessas lendas, se conscientizarem a respeito da natureza, nós somos responsáveis pelo nosso próprio planeta. As crianças vão se divertir porque tem muita coisa engraçada, é gostoso, são três amigos que saem viajando pelo mundo, é um espetáculo de aventura, com muita música, muita poesia, e que traz informação real sobre o nosso pantanal”, diz Ligia.
Sobre o Festival Campão Cultural, a diretora do Grupo Casa disse que o grupo todo está super honrado em estar dentro do projeto. “Este Festival é imenso, tem vários espetáculos, várias ações, é muito legal a gente estar no meio disso. São duas semanas que vão preencher a cidade de arte para todo canto. É incrível, um festival imenso, maravilhoso. É uma honra participar, ter sido selecionado, a gente ama o que a gente faz, a gente se dedica muito ao nosso trabalho, estar aqui hoje é uma alegria, poder apresentar o nosso projeto para a nossa cidade. Este espetáculo já rodou o interior do estado mas ainda não rodou Campo Grande, então é uma oportunidade de a gente fazer aqui pela nossa cidade”.
O Grupo Casa existe há onze anos, é uma produtora de cinema, um coletivo de teatro, uma escola de formação livre em artes e uma editora. “O Grupo Casa trabalha com teatro, cinema, literatura e com uma escola de formação livre. São 22 artistas independentes, pesquisadores da cena, pessoas que compõem a cena, a gente tem uma equipe bem completa, a gente se encontra somando as nossas potencialidades, para compor nossos projetos. A gente está com nossos filmes, nossos espetáculos rodando, com as aulas em andamento, foram mais de cinco mil alunos que passaram pelo Grupo Casa, este ano a gente inicia com as aulas de cinema também. São pessoas que trabalham pela arte como uma ferramenta de revolução. Nosso trabalho é bastante político, estético e poético”, diz Ligia.
Na plateia, Mariana Chiarello, designer de acessórios, trouxe seu filho Benício, de quatro anos, para prestigiar o espetáculo. “Eu sei da importância do teatro para alimentar a alma e trazer as crianças ao teatro é uma das melhores coisas que os pais podem fazer pelos filhos, porque é algo que atravessa, não tem como ser explicado e transmitido na televisão depois, ele precisa ser vivido. Que sutileza, que texto lindo, que interpretação, que figurino lindo, foi super emocionante! Eu estou bem tocada, foi muito legal. Eu gostaria de ver mais peças de teatro em lugares públicos. Estar no Parque das Nações Indígenas, que é uma joia que nós temos aqui em Campo Grande, é um prazer enorme, inclusive ver que em Campo Grande esta parte cultural está mais viva, mais ativa, porque uma cidade com cultura a gente tem mais liberdade, mais respeito com os outros, é urgente para a melhoria da alma das pessoas, ainda mais nesta correria que a gente vive hoje em dia. Eu estou muito feliz com este festival, estou torcendo para que venham muitos e que tenham mais artistas campo-grandenses e que a gente habite mais esta cidade com muita arte”.
Texto: Karina Lima
Fotos:Marithê do Céu