Família Name se sentiu traída por pai de Matheus e tornozeleira liga fatos, insiste nova testemunha

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Família Name se sentiu traída por pai de Matheus e tornozeleira liga fatos, insiste nova testemunha

Segunda testemunha a depor no julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios, o delegado Thiago Macedo corrobora com a teoria da defesa que a família Name se sentiu traída pelo pai da vítima, Paulo Roberto Xavier, também conhecido como PX.

Hoje na superintendência de Segurança Pública, Thiago fez parte da força-tarefa do Garras (Delegacia Especializada em Repressão de Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) que investigou a morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos, em 2019.

Thiago explicou que participou da coleta de depoimentos, juntada de documentos e elaboração do inquérito policial.

“O que concluímos, ao final, é que havia desarmonia entre Names e PX envolvendo a fazenda Figueira e também o comportamento do senhor PX por ter passado a trabalhar para senhor Augusto Antônio, que pertencia à associação pela paz mundial. O litigio surgiu”, destacou.

A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria interesse na fazenda localizada em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Augusto fez a transferência da propriedade para a Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.

Segundo o delegado, PX começou a trabalhar para a família Name em 2008 como segurança pessoal de Jamilzinho. A relação teria persistido até 2013, mais ou menos. No entanto, PX passou a trabalhar com o Antônio Augusto Coelho em 2018, gerando atrito.

“PX era responsável por escalar pessoas para fazer a segurança na Fazenda Invernadinha pro Augusto. Tudo isso nutriu um sentimento de traição. Pai e filho tinham modo peculiar de resolver seus problemas. Casa das armas tomada mediante extorsão, por exemplo. Reuniões sempre na presença de capangas”, enumerou o delegado.

Thiago destacou a grande influência do clã Name. Conforme ele, testemunha-chave, o hacker que acompanhou os passos de Paulo Roberto, fugiu para Santa Catarina com medo do poderio militar da família.

Foi o hacker que revelou que Juanil Miranda Lima dirigira e Zezinho era o atirador. “Grupos poderosos não deixam vestígios. A informação é de absoluta relevância porque provam de alguém que teve contato com os executores”, enfatizou.

O delegado lembrou que Zezinho usava tornozeleira por condenação anterior, que mostrou o pistoleiro rondando a casa das vítimas nos dias anteriores, dados que corroboram não ter sido um crime comum, mas sim encomendado.

O caso

Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.

Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.

A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.

PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.

No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.

O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.

Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.

A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.



Fonte: Top Mídia News