A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SAS), por meio da Superintendência de Políticas de Direitos Humanos (SDHU) e do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NUPIR), está intensificando, neste mês, as ações com foco na política de igualdade racial para marcar o Mês da Consciência Negra. Foram elaboradas uma série de ações focadas na valorização do legado afro-brasileiro, no combate ao racismo institucional e na promoção da equidade racial. As iniciativas incluíram um percurso socioeducativo com crianças e adolescentes e uma capacitação das equipes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) para garantir um atendimento humanizado e livre de discriminação.
Uma das principais ações aconteceu no Cras Canguru, com foco nos servidores das unidades de Cras e usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
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O Percurso Socioeducativo com Crianças e Adolescentes envolveu crianças e adolescentes de 10 a 12 anos e conta com quatro encontros temáticos e um momento de encerramento celebrativo, abordando temas como identidade pessoal e coletiva, respeito às diferenças, ancestralidade e valorização da diversidade étnico-racial e cultural.
O objetivo é fortalecer vínculos, promover o autorreconhecimento e estimular o respeito à diversidade, por meio de atividades lúdicas, rodas de conversa e produções coletivas, como a árvore genealógica e o mural das contribuições afro, indígenas e migrantes.
Já a Oficina de Capacitação para as equipes que atuam nos Cras foi ministrada pelas instrutoras Dhyana Alves Mancilla e Gisele dos Santos, servidoras da SAS, e reuniu trabalhadores do SUAS que atuam diretamente no atendimento às famílias. Durante os encontros, foram abordados temas essenciais como: histórico das políticas de igualdade racial e migração no Brasil; reconhecimento e enfrentamento ao racismo institucional no SUAS; diversidade cultural e étnico-racial no atendimento socioassistencial; e estratégias para o acolhimento humanizado de pessoas migrantes e refugiadas.
“A capacitação proporcionou momentos de troca de experiências, reflexão e construção coletiva, reforçando o compromisso da política de Assistência Social com a promoção dos direitos humanos, da equidade racial e do respeito à diversidade cultural no território”, frisou a coordenadora do Cras Canguru, Marcia da Silva.
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Servidores da unidade que participaram do treinamento também destacaram a importância do aprendizado, como destacou a gestora de processo Silmara Alves, que compartilhou a relevância da capacitação:
“Eu fiquei muito feliz de participar desse treinamento, porque a gente, às vezes, sem perceber, comete alguns erros quanto à maneira de se dirigir a alguém, por isso, para nós, funcionárias do Cras, foi muito importante essa capacitação porque pudemos entender mais sobre o assunto, como agir e como se comportar em algumas situações para não cometer nenhum tipo de preconceito com pessoas”, falou.
A assistente social Maria Aparecida Silva complementou, ressaltando o empoderamento proporcionado. “Foi uma capacitação bem esclarecedora porque as pessoas vão saber dos seus direitos. Se um dia elas passarem por alguma situação de discriminação, elas saberão os caminhos que devem procurar”, pontuou.

Para Eduardo Fernandes de Oliveira, de 12 anos, usuário do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Cras Canguru, o aprendizado valorizou a cultura afro. “Eu gostei muito e tive muitas experiências novas. A gente aprendeu sobre quilombolas e também gostei muito dos professores, que foram muito legais”, frisou.
A unidade ainda recebeu a visita do advogado e liderança atuante na área de Direitos Humanos, José Roberto Camargo de Souza, que ministrou palestra aos usuários e servidores sobre a história e conquistas da população afrodescendente.
Atividades lúdicas
Além das palestras, as atividades e brincadeiras contribuíram para exemplificar a teoria abordada na oratória. No Cras Estrela Dalva, por exemplo, foram realizados quatro encontros temáticos para promover o autorreconhecimento, a ancestralidade e o respeito às diferenças.
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Em atividades lúdicas, como a confecção do mural das contribuições afro, indígenas e migrantes, os jovens puderam se conectar com a História. O coordenador da unidade, Gilberto Gomes, detalhou como o tema foi abordado de forma didática.
“A gente procurou trazer de forma lúdica, de forma que as crianças entendam que não é só um feriado. Procuramos resgatar a essência da cultura afro através de livros, contação de histórias. Alguns temas nós abordamos em um cartaz, onde trabalhamos colagens com foco na valorização da identidade e das características físicas de cada pessoa”, explicou.
Trabalho semelhante foi desenvolvido pela coordenadora Selma Kellis, do Cras Popular. “Nós trabalhamos durante o mês todo com o Serviço de Convivência, realizando várias atividades dentro do percurso e fizemos pintura de trabalhos com as crianças relacionadas à Consciência Negra”, disse a coordenadora, que, para encerrar as ações, reuniu os professores da unidade em uma roda de capoeira, onde repassou com as crianças os principais pontos abordados durante o mês relacionados ao tema.
Atenção à População em Situação de Rua
A coordenadora do NUPIR, Giselle dos Santos, ministrou uma palestra no Centro POP e destacou a importância de levar a reflexão sobre o Dia da Consciência Negra para a população em situação de rua. Para ela, o feriado nacional é uma conquista da população negra e um dia de reflexão, por isso é importante levar o tema a essa população, que tem difícil acesso a esse tipo de debate.
Após a palestra, Giselle abriu espaço para os usuários do Centro POP falarem sobre suas experiências e vivências quanto ao tema. “Mesmo que a pessoa esteja em situação de rua, ela é detentora de direitos, ela tem direito à dignidade, tem direito a acesso a serviços e qualquer outra situação”, lembrou.
A coordenadora do Centro POP, Akemi Albuquerque Higa, reforçou a necessidade de ações que combatam a exclusão. “Nosso objetivo é fazer com que nossos assistidos entendam de uma forma mais simples aquilo que eles vivenciam na rua, porque eles acabam passando por várias dificuldades, preconceitos, não só pela situação de rua, mas pela cor de pele, pelas vestimentas. Então a gente traz essas palestras e rodas de conversa para que eles se sintam pertencentes também à sociedade”, finalizou.
A secretária de Assistência Social e Cidadania, Camilla Nascimento, reforça que as ações ocorrem durante todo o ano nas unidades da Rede, sempre com foco nas campanhas relacionadas a cada mês. “As ações da SAS reforçam o Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial e o papel fundamental do SUAS na construção de uma convivência social baseada no respeito, na empatia e na valorização das diferenças”, destacou.

#ParaTodosVerem As imagens mostram ações alusivas nos CRAs.







