Indígenas apresentam principais demandas em terceira Audiência promovida pela Câmara

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Indígenas apresentam principais demandas em terceira Audiência promovida pela Câmara

A Câmara Municipal de Campo Grande promoveu, na noite de quinta-feira, dia 6, mais uma Audiência Pública com o tema “Moradia indígena: uma condição para o bem viver”. O debate aconteceu na Aldeia Inamaty Kaxé, no Bosque Santa Mônica, e foi o terceiro de uma série de Audiências voltadas às comunidades indígenas.

A vereadora Luiza Ribeiro, proponente do debate e presidente da Comissão Permanente das Causas Indígenas da Casa de Leis ressaltou que os indígenas já estão na Aldeia Inamaty Kaxé há bastante tempo. “Muita coisa está pendente. A questão da moradia digna envolve a regularização dessas moradias e a garantia para algumas outras famílias que não foram abrigadas. Por fim, conseguirmos melhorar o ambiente e a valorização da cultura porque o bem viver não pode considerar a moradia estritamente”.

Ela citou a preservação de cultural, a oportunidade de falar e estudar a língua-materna. O atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que fica nas proximidades da Aldeia, também precisa considerar essa população, além das escolas que precisam incluir os indígenas, pensando na preservação da cultura.

A série de Audiências já tem sido um diferencial para a comunidade indígena, como detalha Lisio Lili, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas.  “Esses eventos tem se tornado um espaço que nem imaginávamos a dimensão. Hoje é arte da discussão de políticas públicas para os povos indígenas, seja na habitação, educação, economia. Os povos indígenas estão construindo. É o alcance de todo esse trabalho que a Câmara Municipal se propôs a fazer entre os povos indígenas”.

Vaniely Francisco, moradora da Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, destacou a importância dos moradores serem lembrados. “Nós aqui moramos na cidade. Muitos chegaram morando em barracos, começaram a trabalhar nas empresas próximas e construíram suas casas”, afirmou, ressaltando que fez questão de participar da Audiência para buscar melhorias na moradia.

Nesta mesma linha, o cacique da Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, Josivaldo Delfino, enfatizou o fato do debater sair do Legislativo e vir até a realidade da comunidade indígena. “Já estamos aqui há 11 anos. De um tempo para cá ainda tínhamos barracos, mas maioria tem suas casas e agora vamos debater sobre a questão pública do contexto urbano”.

“As pessoas têm o direito à moradia”, enfatizou o Frei Wagner José da Rosa, Coordenador da Pastoral Indigenista. Ele citou algumas das dificuldades enfrentadas. “É uma mão de obra que trabalha, que paga seus impostos e que, muitas vezes, esses impostos estão dentro do do orçamento da família, só para pagar aluguel. Aí vai ter que decidir entre pagar aluguel, entre pagar o remédio, entre comprar a comida. E acabam vivendo numa vida marginalizada. Quando não, toda uma comunidade com várias famílias dentro de uma mesma casa, tudo apinhado”, disse. O Frei acrescentou ainda que o mínimo do ser humano é ter uma vida digna, de poder conseguir dormir bem, viver bem, ter uma casa para morar.

Já  o assistente social da Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul) William Oliveira ressaltou a importância da Audiência para conhecer a demanda das comunidades. “A nossa presença aqui é para conhecer a demanda, para buscar soluções para essa questão da habitação”, afirmou, enfatizando o contato direto com a comunidade para buscar projetos e recursos.

O pastor Hilário Jorge, presidente do Conselho da Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, agradeceu a ajuda e a oportunidade de expor as necessidades da comunidade, principalmente pensando no futuro das crianças.

Os outros debates envolveram a Aldeia Água Bonita, no Bairro Tarsila do Amaral, a Comunidade Kadiwéu, em que a discussão ocorreu na Casa de Leis.

Fotos: Arthur Falcão

Milena Crestani e Dayane Parron
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal

Fonte: camara.ms.gov.br

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