Jamil Name filho, 46 anos, foi condenado por matar o estudante Matheus Coutinho Xavier, por homicído qualificado. No entanto, foi absolvido no crime de receptação.
Foram julgados Jamil Name Filho, o ex-guarda civil metropolitano, Marcelo Rios e o policial civil aposentado, Vladenilson Olmedo. As acusações são de homicídio qualificado por motivo torpe, emboscada e sem chance de defesa da vítima.
Na sessão, os advogados dos réus sustentaram a todo momento que a acusação não apresentou ”provas plenas” da ligação dos réus com os executores. Também sustentaram que os Promotores de Justiça usaram provas de outros processos, que sequer foram julgados ainda.
”São provas alienígenas… no qual o meu cliente ainda pode ser absolvido”, destacou um dos advogados de defesa de Marcelo Rios.
Diante do cenário, os defensores dos acusados pediram que os jurados votassem pela absolvição, já que há dúvidas no processo. Eles citaram o princípio do ‘’in dúbio pró réu’’ para pedir a absolvição.
O julgamento durou três dias e havia sido adiado por várias vezes. O magistrado Aluízio Pereira dos Santos é que conduziu as sessões, onde houve intenso debate entre acusação e defesa.
Marcelo Rios já foi condenado pelo crime de portar um arsenal na casa da família Name e segue preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima do Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Matheus foi morto no lugar do pai, em 2019. (Foto: Repórter Top e redes sociais)
Emoção
O julgamento foi marcado pela emoção dos pais do estudante Matheus Couxinho Xavier. O pai dele, Paulo Roberto Teixeira, o ”PX”, permaneceu praticamente os três dias de júri de cabeça abaixada. Ele atuou como informante no processo.
A mãe de Matheus, Cristiane Coutinho é advogada e atuou como assistente de acusação no julgamento. No segundo dia de júri, ela e o pai da vítima se abraçaram e choraram.
PX conta que lutou quatro anos para ter justiça no caso do filho, que foi morto no lugar dele.
O caso
Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.
Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.
A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.
PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.
No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.
O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.
Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.
A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.
Fonte: Top Mídia News