A Justiça anulou a assembleia que, em outubro de 2024, havia destituído Francisco Cezário de Oliveira da presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). O ex-dirigente, que comandou a entidade por quase 30 anos, obteve sentença favorável no processo que questionava a legalidade do encontro realizado para seu afastamento.
A decisão foi assinada pelo juiz Tito Gabriel Cosato Barreiro, que apontou irregularidades no procedimento adotado à época, citando falhas no direito de defesa e no contraditório. Com o despacho, a assembleia de 2024 perde validade, mas eventuais efeitos práticos da decisão ainda dependem de análises administrativas e de outras ações judiciais.
Fontes próximas a Cezário afirmam que ele acompanha o caso de forma reservada e mantém diálogo com representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que é responsável por supervisionar as federações estaduais.
A decisão marca mais um capítulo das disputas envolvendo o comando da FFMS. Em 2024, a assembleia anulada havia escolhido Estevão Petrallás como novo presidente, sob a justificativa de “irregularidades administrativas e falta de transparência” na antiga gestão.
Mesmo com a anulação, Francisco Cezário permanece afastado por decisão judicial devido às investigações da Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo GAECO e pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que apuram supostos desvios de recursos públicos e privados superiores a R$ 6 milhões. A CBF também mantém suspensão preventiva ao ex-dirigente até a conclusão dos processos disciplinares e criminais em andamento.
Especialistas consultados avaliam que a decisão judicial não implica, por si só, retorno ao cargo, já que há pendências legais e administrativas que ainda serão analisadas pela Justiça e pela CBF.
Enquanto o processo segue, a atual diretoria da FFMS mantém o planejamento da temporada 2026. Na próxima terça-feira (18), a entidade reunirá os dez clubes da Série A do Campeonato Sul-Mato-Grossense para definir o regulamento e a tabela da competição, prevista para começar em 18 de janeiro, conforme o calendário nacional da CBF.
Entenda o caso:
2024: Francisco Cezário é destituído da presidência da FFMS após 28 anos no cargo.
2024–2025: O ex-dirigente passa a responder a processo criminal por suspeita de desvio de recursos.
Abril de 2025: Cezário ingressa na Justiça pedindo a anulação da assembleia que o afastou.
Novembro de 2025: Decisão judicial anula a assembleia de 2024, apontando falhas no direito de defesa e no contraditório.
