A ansiedade das 11 equipes participantes do 1° Hack MS teve fim às 18h40 de domingo (4.8), quando foram anunciados os três projetos vencedores da maratona que durou 48 horas e distribuiu R$ 18 mil em premiações. O primeiro lugar foi para o projeto Lupa do Cidadão, desenvolvido por cinco jovens da área de TI, que elaboraram uma plataforma que simplifica dados do Portal da Transparência e direciona os gráficos para as redes sociais onde, segundo eles, a população passa grande parte do tempo: Instagram e Facebook. O protótipo apresentado usou dados relacionados a educação.
“O objetivo é expandir a integração nas áreas de interesse da sociedade”, explicou Alessandro Willian, porta voz da equipe denominada Zeus Coders, que classifica a experiência como positiva. “É uma sensação de dever cumprido. Além do prêmio, levamos conhecimento, amizade, porque apesar de trabalharmos juntos, essa é uma experiência que vamos levar para o resto da vida, de conhecer pessoas, e ver de perto como é o empreendedorismo aqui no Mato Grosso do Sul”, comemora.
A segunda colocação ficou com a equipe Strike Up com o desenvolvimento do aplicativo #Licid, voltado à ampliação da transparência nas compras públicas. A ferramenta reunirá uma base de dados de empresas participantes dos processos licitatórios do Governo do Estado, e além simplificar as informações para a sociedade, “irá ajudar o Governo a fazer melhores contratações de compras e serviços”, conforme detalhou a equipe. De acordo com o layout do protótipo, os dados serão separados por área, e o cidadão poderá escolher uma opção e visualizar de forma simplificada o que procura.
O terceiro lugar foi para a equipe Quat.i que desenvolveu o protótipo do aplicativo denominado “Capi”, que usa inteligência artificial para aproximar a população dos serviços públicos. “A Capi nasceu com uma missão de integrar e trazer uma proximidade da pessoa com todos os serviços públicos. Temos uma visão muito próspera para ela, que é integrar, por exemplo, o agendamento de serviço na rede pública, tudo isso ao alcance da mão”, explicou César Bassani, um dos integrantes da equipe.
Ao todo 60 participantes passaram o fim de semana pesquisando, e programando soluções tecnológicas a fim de aumentar a “Transparência, Controle Social e Combate à Corrupção” na gestão pública. O resultado desses três dias de maratona foram 11 ferramentas apresentadas à banca julgadora: Páginas web, aplicativos, games, e instrumentos tecnológicos que simplificam informações e serviços oferecidos à sociedade.
Na avaliação do controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo Girão, o evento surpreendeu pelo engajamento das equipes. “Durante as apresentações, vimos aqui muita coisa legal que a gente pode sentar, e tentar desenvolver, para que tenhamos um Governo com maior controle e gerência sobre suas implementações, e uma sociedade mais crítica e participativa nos seus direitos”, pontuou.
O diretor presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), Marcio de Araujo Pereira, compôs a banca julgadora, e definiu os trabalhos como de alto nível. “Vejo projetos de nível muito alto, acima até do que esperava. Todas as propostas são viáveis, e o mais importante é que todos os projetos podem ser implantados, principalmente porque levam a transparência da gestão pública, e tem baixo custo de implantação. Quanto mais transparente melhor para todo mundo. A gente consegue tomar melhores decisões, e a sociedade consegue acompanhar melhor” avalia.
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também foi parceira do Governo Estado na realização do evento, e durante a premiação, o reitor da instituição, Marcelo Turine, parabenizou o Governo pela iniciativa pela ação inédita no Estado. “O futuro é a educação, o futuro é ciência e tecnologia, o futuro é o empreendedorismo. E cada dia mais as administrações públicas em todas as suas instancias, seja ela estadual, municipal ou federal, tem que ter soluções criativas para que a sociedade acompanhe no dia a dia os gastos públicos”, elencou.
Além dos participantes, o evento contou com outras 60 pessoas atuando na mentoria dos grupos, e suporte do evento. Alguns, tiveram papel fundamental e estratégico na realização. Assim como a trainee da CGE, Amanda Vieira, que há um ano, sentiu a mesma felicidade das equipes, ao ter seu projeto entre os vencedores do Prêmio de Inovação na Gestão Pública. A emoção se repetiu neste fim de semana, ao ver que o projeto Hackathon foi colocado em prática e rendera bons frutos à sociedade.
“O Hack MS é um sinal de avanço, porque a gente vem de um prêmio de inovação na gestão pública. Então a gente vê pela implementação do projeto, que realmente é possível inovar no setor público, tem espaço para isso”, comemora.
A maratona também é uma forma de incentivar a população a participar de forma ativa da gestão pública. Com apenas 18 anos, Pedro Pavan integrou uma das equipes e falou da importância da participação da juventude. “O jovem hoje em dia, tem uma vontade muito grande de mudar a sociedade. O jovem não pensa pequeno, ele quer mudar o mundo. Tenho certeza que com o esforço de todos, pode sim acontecer. E foi o que vimos aqui, e tivemos como resultado, projetos incríveis e transformadores”.
Cerca de 30 mentores, das áreas de gestão pública, transparência, design, desenvolvimento e negócios, atuaram no suporte às equipes durante o evento. A troca de experiências foi destacada por Nilson Oliveira, especialista em gestão pública, transparência e controle social, que veio de São Paulo para o Hack MS. “Como consultor tanto de empresas, mas principalmente de governos e Banco Mundial, fiquei feliz de trazer um cabedal de visão de organismo internacional voltado para os dados brasileiros. E eu não sei se mais ofereci ou mais recebi. Talvez eu tenha mais recebido. Não só dos participantes, das equipes, mas muito dos demais mentores”.
Para a realização do 1° Hack MS o Governo do Estado, através da Controladoria Geral do Estado (CGE), contou com o apoio do Sebrae – Living Lab MS, Pantanal Incubadora Mista de Empresas, da UFMS, Fundação Escola de Governo (Escolagov), Superintendência de Gestão da Informação (SGI), Unigran Capital, Ministério Público Estadual (MPE), e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect).