Entre a voz embargada, os olhos marejados e a dor no coração de ver seu filho morto, Fabíola Baez desabafou de forma genuína sobre o que aconteceu com Rogério Baez Fernandes, de 19 anos, no início da tarde desta segunda-feira (25), em sua própria residência no Jardim Noroeste, em Campo Grande.
“Eu fiquei aterrorizada com a violência que invadiram a minha casa e que mataram meu filho”. As palavras definem o sentimento de uma mãe que tentou de todas as maneiras ‘lutar’ contra dois atiradores armados, mas que todos os esforços foram em vão.
Em apenas mais um dia em que fazia seus afazeres, a mulher estava lavando roupa e tinha na casa a companhia do seu filho, que decidiu almoçar com ela. Mas por um momento percebeu que a invasão dos pistoleiros tinha um único propósito: dar fim a vida de Rogério.
Ela tentou segurar os autores para que seu filho pudesse correr. “Foi uma injustiça. Isso aí já é coisa desde quando eles eram de menor, que esse cara persegue tudo eles. Meu filho não é o único”, disse em relação ao possível autor do mando.
O mando, que conforme apurou nossa reportagem, teria partido de um detento preso em um presídio – cujo espaço penal fica próximo à residência onde Rogério Baez foi executado com dez tiros, a maioria em seu rosto.
Fabíola, por mais que a dor fosse maior, relembrou que nenhum dos atiradores abriram a boca, apenas que entraram de forma bruta e violenta. “A polícia vai investigar e eu tenho plena certeza que eles vão trazer os verdadeiros responsáveis por essa criminalidade tão brutal que eu presenciei”.
Como ato final, antes de ver o corpo de seu filho ser encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), a mãe optou por doar as córneas do filho, que apesar da extrema violência, ainda conseguiu ser aproveitada para outra pessoa e ela resumiu que essa doação significa “vida”.
Morte
A morte de Rogério Baez Fernandes pode ter relação com um suposto estupro cometido por ele contra uma criança em Campo Grande.
Conforme apuração do TopMídiaNews, o autor tinha passagens não apenas por estupro, mas também por porte de drogas e tráfico, tendo uma extensa ficha criminal com a polícia.
A suspeita é que tal ato cometido por Rogério teria chegado ao conhecimento de pessoas de dentro do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), que fica próximo ao local homicídio.
Defesa
Defendendo a todo momento, a irmã chegou a dizer que seu irmão era usuário de drogas, mas que não cometeria tal ato libidinoso.
“O motivo a gente não sabe ainda, e agora estão falando de estupro, meu irmão não é estuprador. Meu irmão é usuário de drogas e eu acho que ele devia essas pessoas que mataram ele. Agora estuprador, isso aqui eu me garanto, meu irmão não é”, disse a irmã, Fernanda Baez.
A família sustenta que está tentando descobrir quem foi o responsável por registrar um boletim de ocorrência de estupro de vulnerável contra Rogério. A esposa da vítima alega que ele não teria cometido tal ato e isso seria uma forma de despistar sobre a verdadeira motivação do assassinato.