Minutos antes de sentença, pai de estudante assassinado diz que lutou 4 anos por justiça

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Minutos antes de sentença, pai de estudante assassinado diz que lutou 4 anos por justiça

Cerca de 30 minutos antes de saber se os réus serão condenados, Paulo Roberto Xavier, o PX, pai do estudante assassinado Matheus Coutinho Xavier, disse que busca justiça há quatro anos. Ele estava ansioso pela decisão, que sairá das mãos de sete jurados, na noite desta quarta-feira (19), no Fórum de Campo Grande.  

Paulo Roberto, segundo o processo, é que seria executado a mando de Jamil Pai e Filho, em abril de 2019. Ele, que atuou como informante na ação penal, estava inquieto e andava de um lado para outro. 

”Vamos aguardar”, disse PX à reportagem do TopMídiaNews. 

No segundo dia de julgamento, Paulo Xavier comentou com conhecidos, durante sessão do Tribunal do Júri, que o juiz do caso, Aluízio Pereira dos Santos, tem a ‘’caneta pesada’’ e que, em caso dos jurados condenarem os réus, ele iria impor uma pena pesada. 

”Ele fala com aquele jeitinho bonzinho, mas é severo”, refletiu PX na terça-feira. 

O caso 

Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.

Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.

A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.

PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.

No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.

O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.

Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.

A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.



Fonte: Top Mídia News