MS debate futuro energético e avança na integração com o Comitê de Biogás e Biometano

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MS debate futuro energético e avança na integração com o Comitê de Biogás e Biometano

Mato Grosso do Sul deu mais um passo importante para consolidar sua vocação em energia limpa e sustentável. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (AGEMS) sediou nesta quarta-feira (10) a primeira reunião do ano do Comitê Estadual de Biogás e Biometano, que reuniu representantes do setor público, privado, acadêmico e da sociedade civil em Campo Grande, em formato presencial e híbrido.

O Comitê é uma iniciativa da AGEMS com participação da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação – Semadesc, Secretaria de Fazenda- Sefaz, MSGÁS, Energisa, Instituto de Meio Ambiente- Imasul, Tribunal de Contas, Fiems/Senai, Universidade Federal – UFMS, Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul  Acrissul, Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul  Biosul e entidade representativa do setor – Abiogás, com o  objetivo integrar os diferentes atores envolvidos na cadeia do biogás e biometano, compartilhar projetos em andamento e discutir soluções para superar os desafios técnicos, regulatórios e econômicos dessa fonte de energia renovável.

O diretor-presidente da AGEMS, Carlos Alberto de Assis, reforçou a importância da integração entre as instituições:

“Esse comitê é um espaço democrático. Nosso objetivo é unir esforços e incentivar que todos participem com ideias e propostas. Só assim vamos transformar o potencial do biometano em realidade para Mato Grosso do Sul e para a nossa população”, afirmou.

O que são biogás e biometano?

Produzidos a partir de resíduos orgânicos — como dejetos agropecuários, lodo de esgoto e restos de alimentos —, o biogás é uma alternativa renovável ao gás natural. Quando passa por processos de purificação, torna-se biometano, que pode ser injetado nas redes de distribuição, movimentar veículos e até gerar eletricidade, ajudando a reduzir emissões de carbono e diversificar a matriz energética.

 

União de esforços

A condução dos trabalhos é feita pela assessora jurídica da AGEMS, Fabiola Porcaro, que coordena a integração entre as entidades participantes.

Para o coordenador do Comitê, Matias Gonsales Soares, diretor de Gás e Energia da AGEMS, destacou que o espaço é voltado para sinergia e articulação.

“Cada instituição tem sua missão, mas, juntos, conseguimos agilizar processos e facilitar a troca de informações. A AGEMS cumpre o papel de reguladora, articulando com a ANP e demais órgãos para viabilizar o uso do biometano em larga escala”, explicou.

Contribuições das instituições

Durante a reunião, os participantes de diversos setores da sociedade mostraram o alinhamento entre ciência, indústria e setor público:

O diretor de Sustentabilidade do Sistema Fiems, Robson Del Casale e diretor regional do Senai, Rodolpho Mangialardo, garantiram o apoio da indústria: “Estamos à disposição para apoiar a transição energética. O Senai já desenvolve projetos de inovação em biogás e biometano e queremos somar esforços”, destaca Robson.

“A união da indústria, comércio e setor acadêmico é fundamental para acelerar soluções inovadoras”, complementou Rodolpho.

A importância do setor acadêmico no debate foi fundamental. Os professores Carlos Nazário eJanaína Ferreira, do Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS apresentaram pesquisas do Instituto de Química sobre qualidade do biogás, tecnologias de purificação e controle de qualidade para injeção em rede.

 “Nossas pesquisas têm focado em tecnologias de purificação e controle de qualidade. A inovação é essencial para reduzir custos e tornar o biometano competitivo frente ao gás natural”, comentaram.

Do Tribunal de Contas de MS, Veridyana Cardoso Fantinato reforçou a disposição do órgão em colaborar. “Criamos uma diretoria de sustentabilidade voltada para a transição energética e políticas de carbono. O TCE está pronto para apoiar também nos aspectos legais e de fiscalização”.

Na visão da concessionária, o diretor técnico e comercial da MS Gás, Fabrício Marti e o gerente de produção Leonardo Fioratti trouxeram os desafios do setor. “O biometano tem grande potencial, mas ainda enfrenta barreiras de viabilidade econômica. A distância entre plantas e redes, os custos de transporte e os preços superiores ao gás natural exigem ajustes regulatórios e novos incentivos”, explicaram.

Próximos passos

A reunião encerrou com o compromisso de ampliar a articulação e aprofundar estudos técnicos. O Comitê deverá apresentar novos trabalhos, aproximar mais entidades e criar um ambiente colaborativo para consolidar Mato Grosso do Sul como referência nacional no uso do biogás e biometano.

 

Por Bruna Aquino

Fonte: AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE MS

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