Não troco o certo pelo duvidoso, afinal, nem tudo que reluz é ouro – ainda mais no futebol

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O sol que batia no meu rosto e o gol que nunca vinha me deixavam cada vez mais angustiado naquela tarde de 8 de novembro de 2015, em Rio Brilhante. Essa angústia me acompanhava desde 2009, quando meu time de coração havia sido relegado ao limbo do decadente futebol sul-mato-grossense. Porém, no último lance da partida, a redenção veio: explode torcida, a ressusceição de um gigante regional aconteceu, e o primeiro passo de um longo trabalho foi dado.

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Ali como um simples torcedor – por sorte ou bom senso tenho a capacidade de separar muito bem as coisas quando estou à trabalho no estádio – fiz o óbvio: abracei a primeira pessoa que vi ao lado. Era justamente o presidente do time. Não demorou muito e me tornei um colaborar e, posteriormente, conselheiro do clube, fato ao qual me orgulho, mas nem por isso perdi meu senso crítico, que modéstia à parte, meu amigos me convenceram que é grande.

De 2017 até 2022 fiz críticas duras ao presidente, da mesma forma que fiz elogios, tanto publicamente como jornalista quanto internamente exercendo meu direito como conselheiro. Sempre disse: meu foco é o coletivo, o clube, e meu interesse não é por A ou B. E assim vi o clube se reestruturar, crescer e conquistar dois estaduais – deixando um legado que rende, agora quatro anos seguidos sendo campeão ou vice do campeonato.

Hoje vejo uma concorrida eleição para a presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e lá está um velho conhecido. Mesmo sem poder de voto, resolvo analisar as opções disponíveis para o pleito e me deparo com N situações e pontos entre os envolvidos. Com o perdão da palavra, “não tem santo no puteiro”, já diz o ditado popular.

Todos, todos mesmo tem seus prós e contras ali, seus ‘tetos de vidro’ e seus trunfos no bolso. Mas não consigo negar um fato: apesar dos pesares nos tempos de clube, o próximo presidente da FFMS precisa ser Estevão Petrallás. Não que ele seja o salvador da pátria – não acredito em Sassá Mutema nem em Durango Kid, que só existe no gibi -, mas ele é o que tem o trabalho mais sólido dentro do futebol e do esporte como um todo, para começar a nossa conversa.

Não é fácil liderar a restauração de um clube tão tradicional quanto o Operário. Mas ele, com apoio de muitos, assim o fez. Claro, arranjou muita encrenca desnecessária nesse meio de caminho com então adversário que hoje ele tenta trazer para seu lado, como aliados. Mas vamos pensar com o cérebro, e não com o fígado: alguém mais tem o discernimento do Estevão para lidar com as vaidades da cartolagem nesse momento turbulento pós-Era Cezário? Os erros do passado serviram de lição, aprendizado. E os acertos, idem.

Capacidade muitos possuem. Até eu. Mas o que falta para a maioria é experiência, vivência, e um currículo vencedor. Acredito sim, pela índole de saber sentar e ouvir todos, que o Estevão sabe dialogar e tocar novos projetos dentro da FFMS, que beneficiem o futebol como um todo, com parcerias públicas e privadas em prol de um só objetivo: restaurar a imagem do futebol de Mato Grosso do Sul e crescer no ranking da CBF, obtendo mais vagas nacionais.

Espero não queimar minha língua daqui uns anos, mas no atual momento, não enxergo nome melhor entre os que estão postos para tocar em frente o combalido futebol de Mato Grosso do Sul – assim como há 10 anos se encontrava o Operário Futebol Clube.

Não tenho poder de voto para declarar voto, nem poder político para declarar apoio. Só tenho meu senso crítico para escrever sobre a vontade que tenho em ver um futebol forte em meu Estado de coração. Creio fielmente que o primeiro passo começa nesse dia 8 de abril.

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Espero que os dirigentes com poder de voto e poder político pensem bem e escolham não o que aparenta agora ser o melhor para si, nem o que prometeu mundos e fundos: escolha pensando no futebol, nos torcedores, no quanto esse esporte pode ser uns intrumento social e econômico. E, creio eu, agora não há como fugir, e seria um erro fugir, da escolha por Estevão Petrallás como presidente efetivo da Federação de Futebol até 2027.

*Nyelder é jornalista com passagens pelos principais veículos de MS, como Correio do Estado e Campo Grande News, com trabalho realizado também para a Folha de São Paulo. Atualmente é assessor de comunicação governamental. Formado em Comunicação Social e com MBA em Economia pela UFMS, enxerga que o futebol local passa por um momento único: o Estado passa por um momento de pleno desenvolvimento e o futebol, em baixa, possui muito espaço para cresce. Para isso é preciso boa vontade da cartolagem!

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