O Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou 21 pessoas, incluindo dois advogados e um policial civil, por participação em uma organização criminosa que utilizava veículos dos Correios, frigoríficos e funerárias para transportar drogas. A investigação faz parte da Operação Snow 2, deflagrada na última quarta-feira (15).
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Modus Operandi
A quadrilha aproveitava a estrutura de empresas terceirizadas dos Correios e de outras instituições para movimentar grandes quantidades de cocaína e maconha. Em um dos episódios mais emblemáticos, um caminhão dos Correios entrou à noite em um barracão no Jardim Pênfigo, em Campo Grande, para descarregar drogas. O grupo chegou a publicar fotos do transporte bem-sucedido.
De acordo com o Ministério Público Estadual, a operação resultou na apreensão de 839,2 kg de cloridrato de cocaína e 20,8 kg de skank, avaliados em R$ 64 milhões. As drogas estavam armazenadas em um depósito localizado na Avenida Gury Marques, no Bairro Universitário.
Além de gerenciar a logística do tráfico, os líderes da organização, como Ademar Almeida Ribas (“Pitoco”) e Joesley da Rosa, contavam com apoio jurídico dos advogados Vlandon Xavier Avelino e Antônio César Jesuíno. Segundo a denúncia, os advogados atuavam além de suas funções legais, envolvendo-se em corrupção de policiais e monitoramento de informações sigilosas.
Um escrivão da Polícia Civil, Gustavo Cristaldo Arantes, também foi acusado de acessar dados confidenciais para beneficiar a organização criminosa. Outros policiais ainda estão sob investigação por suspeita de receber propina em troca de serviços ilícitos, como apreensão e devolução de caminhões.
A denúncia também aponta que o grupo eliminava membros considerados infiéis. Entre as execuções atribuídas à organização está a de um motorista de funerária, morto após não cumprir ordens do esquema.
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Com as investigações em andamento, os denunciados agora aguardam os próximos desdobramentos judiciais, incluindo a possibilidade de novas prisões e processos relacionados ao caso.
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