PF derruba esquema de traficantes que lucrou mais de R$ 3,5 milhões em um ano e leva 28 para a cadeia

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Operação Aqueus contra o tráfico de drogas, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (14) levou 28 pessoas para a cadeia em quatro cidades sul-mato-grossenses, 11 paulistas, seis paranaenses e uma mineira. 22 prisões são preventivas e seis temporárias. Também foram apreendidos diversos veículos, armas, munições, jóias e documentos, segundo dados iniciais divulgados há pouco.

Segundo a PF, o objetivo da ação foi desmantelar uma grande organização criminosa dedicada ao tráfico ilícito de drogas e à lavagem de dinheiro. Durante as investigações, que se iniciaram em março de 2020, verificou-se a existência deste grande grupo criminoso liderado por dois indivíduos residentes do município de Três Lagoas.

Os líderes adquiriam carregamentos de droga em Ponta Porã e coordenavam, à distância, todo o transporte da droga, a qual era armazenada em um depósito em Campo Grande. Posteriormente, seguiam para o entreposto três-lagoense, de onde o entorpecente era distribuído para diversos locais do país, principalmente interior e litoral paulista, Grande São Paulo e interior de Minas Gerais.

Para a movimentação dos valores oriundos do tráfico, a organização indicava contas bancárias de empresas de fachada para os compradores, fazendo com que o pagamento da droga chegasse diretamente ao fornecedor na região fronteiriça. 

Estas contas eram administradas por um núcleo especializado em lavagem de dinheiro, que prestava este tipo de serviço ilícito a diversas organizações criminosas. Segundo a PF, foi constatado que este núcleo movimentou, em um período de 14 meses, mais de R$ 155 milhões de reais. 

O lucro dos líderes três-lagoenses era recebidos por meio de veículos, dinheiro em espécie e contas bancárias de parentes próximos, que integravam a organização criminosa. Para ocultar este patrimônio, investiram, principalmente, em imóveis, que eram registrados em nome de terceiros.. 

Em um período aproximado de um ano (entre 2020 e 2021), os líderes da organização criminosa teriam recebido, somente em valores creditados em contas correntes de seus “laranjas”, mais de R$ 3,5 milhões de reais. Estima-se que o lucro obtido com o tráfico tenha sido muito superior, haja vista os valores recebidos em espécie e bens não contabilizados.

Desde o início da investigação haviam sido presas  oito pessoas em flagrante e apreendidos aproximadamente 500 kg de drogas, além da identificação de outros carregamentos apreendidos pertencentes aos investigados.

Hoje, policiais cumprem 63 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária, além do sequestro de 13 imóveis e do bloqueio judicial de contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas.

Entre os imóveis sequestrados, estão uma Fazenda no município de Água Clara e uma casa de veraneio à beira-rio em Três Lagoas, cujas propriedades têm valores estimados em mais de R$ 4 milhões de reais.

As medidas judiciais são cumpridas nos municípios de Três Lagoas/MS, Água Clara/MS, Campo Grande/MS, Ponta Porã/MS, Ribeirão Preto/SP, Guatapará/SP, Aparecida/SP, Guaratinguetá/SP, Potim/SP, Paulínia/SP, São José do Rio Preto/SP, São José dos Campos/SP, Guarujá/SP, José Bonifácio/SP, São Paulo/SP, Douradina/PR, Sarandi/PR, Maringá/PR, Maria Helena/PR, Colombo/PR, Laranjeiras do Sul/PR e Baependi/MG. 

O nome da Operação advém da famigerada Guerra de Troia. Segundo a história, o povo Aqueus (como eram conhecidos os cidadãos das cidades-estado da Grécia antiga), venceram de forma estratégica e inteligente a cidade de Troia, com destaque à batalha entre Aquiles e Heitor, na qual Heitor padece sob a lança de Aquiles, líder dos Aqueus. Um dos principais investigados da Operação possui o mesmo prenome do derrotado príncipe de Troia.