David Cloki Hoffmann Chita, investigado por corrupção no Detran-MS, está foragido após a descoberta de um novo esquema fraudulento no departamento de trânsito. Usando uma servidora que já trabalhou na Corregedoria do órgão, Chita coordenava a remoção indevida de restrições administrativas de veículos, cobrando R$ 10 mil por operação.
Chita, anteriormente investigado nas operações 4 Eixos e Vostok, continuou suas atividades ilícitas apesar de operações anteriores. A investigação atual começou após um servidor do Detran registrar um boletim de ocorrência sobre irregularidades na liberação de restrições veiculares. A polícia descobriu que, em um dia, 29 liberações irregulares foram feitas, 27 das quais associadas ao login do servidor que estava ausente no dia.
A polícia identificou a servidora Y. O. C. como cúmplice de Chita, utilizando indevidamente a senha de outro servidor para acessar o sistema. A investigação revelou que 25 das baixas indevidas foram feitas por Chita e uma por H. R., outro despachante envolvido.
Um dos proprietários de veículos com restrições removidas ilegalmente recebeu uma ligação de um despachante de São Paulo, identificado como Charles, cobrando R$ 10 mil pela regularização do veículo. A voz do despachante foi comparada e associada a David Chita.
A investigação também revelou um relacionamento afetivo entre a servidora e Chita, com vantagens financeiras e presentes. A servidora usou a senha de outros funcionários para facilitar as fraudes e recebeu transferências bancárias em contas de terceiros.
A mesma servidora registrou um boletim de ocorrência de assédio sexual contra o Corregedor-Geral do Detran assim que tomou conhecimento de que estava sendo investigada e que suas fraudes estavam provadas, causando grande empecilho ao procedimento.
A polícia destacou que as fraudes atuais são um aprimoramento de esquemas anteriores e envolveram a remoção indevida de restrições para obter lucro. Chita, a servidora Y. O. C., e outros despachantes foram identificados como os principais operadores do esquema.
A juíza Eucelia Moreira Cassal ordenou a prisão preventiva de David Chita e o afastamento da servidora. Chita não foi localizado e seu enteado informou que ele está em São Paulo há dois meses. A servidora foi suspensa por seis meses.
O caso continua sob investigação, com a polícia buscando outros envolvidos e verificando possíveis fraudes adicionais no sistema do Detran.