A Secretaria Municipal de Educação (Semed) realizou a entrega dos aparelhos celulares do Projeto Transforme, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), nas escolas municipais Professor João Cândido de Souza, no Jardim Anache, e Sulivan Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono, na Aldeia Urbana Marçal de Souza.
A Semed recebeu parte dos aparelhos celulares e iniciou a entrega aos alunos da Rede Municipal de Educação (Reme), autodeclarados indígenas. O objetivo é que eles possam acompanhar as atividades enquanto estiverem no escalonamento presencial, iniciado no dia 26 de julho.
“Ficamos muito felizes e gratos em receber os celulares deste projeto do Ministério Público, que também foi uma ideia do vereador Ronilço Guerreiro. É de extrema importância podermos proporcionar os meios adequados para que nossos alunos acompanhem as aulas presenciais e também em casa, enquanto houver o escalonamento. E os primeiros a receberem são os nossos alunos autodeclarados indígenas”, explicou a secretária Municipal de Educação, Elza Fernandes.
Aproximadamente 280 alunos autodeclarados indígenas das duas unidades e também das escolas municipais Professor Carlos Henrique Schrader, no Flamboyant, e Frederico Soares, na Vila Popular, vão receber os primeiros aparelhos. As escolas atendem algumas das comunidades indígenas Marçal de Souza, Água Bonita, Santa Mônica e Vila Romana.
Os celulares, que estão prontos para o uso, foram entregues pela promotora de Justiça Jiskia Sandri Trentin, após serem formatados por alunos do curso de análise de sistemas de universidades da Capital. Os aparelhos foram apreendidos pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), quando os reeducandos do sistema penitenciário tentaram ter acesso ilícito.
Antes da parceria, os aparelhos serviam de provas em processos penais e, posteriormente, eram descartados com autorização judicial. A partir de agora, os que se encontram em bom estado de conservação serão entregues ao MPMS, que fará o repasse para uma das instituições de ensino superior parceiras (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Estácio de Sá ou Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
Para os alunos beneficiados, o celular foi recebido com alegria. “Eu não tenho computador e dividi o celular com meu pai, que também estuda, durante o período de aulas remotas. O celular que eu ganhei hoje vai me ajudar muito nas atividades durante a semana que eu não estiver frequentando as aulas presenciais. Será bem mais tranquilo”, comemora a aluna Derkianny Marques Canale Pinto, do 9º ano da Escola Municipal João Cândido.
“Esses celulares serão de grande importância para os alunos, pois a comunidade indígena é muito carente e não tem acesso a esses aparelhos. Irão auxiliar muito na aprendizagem e acompanhamento das atividades de sala de aula”, afirmou a diretora da escola João Cândido, Ana Rita Amado.
Os pais, que desde março do ano passado também precisaram se reinventar para ajudar os filhos com as atividades escolares, também comemoram. “Estou muito alegre com essa entrega de celulares, pois eu e meu esposo não temos condições de comprar um aparelho para nossos filhos e isso será muito importante para os estudos dela e irá ajudar muito nas atividades e trabalhos”, afirma Vânia Marcos Basílio, mãe da aluna Mirela Basílio, do 5° ano.
O acadêmico de direito e representante da comunidade indígena da Aldeia Marçal de Souza, Brian Soares, observou a importância da ação. “Agradecemos muito essa doação. Aqui na nossa comunidade, cada casa tem em média cinco crianças. Então é complicado dividir o celular na hora dos estudos, com certeza agora vai melhorar. É importante que as crianças tenham acesso a todos os meios para poderem estudar e se desenvolver”.
