A música brasileira perdeu, neste domingo (20), uma de suas vozes mais autênticas e queridas: Preta Gil morreu aos 50 anos, após complicações decorrentes de um câncer no intestino. A artista, que desde 2023 enfrentava a doença com coragem e transparência, estava em tratamento nos Estados Unidos, mas não resistiu.
Filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, Preta cresceu cercada pela música e por nomes históricos da MPB. Mesmo assim, só se lançou oficialmente como cantora aos 29 anos, superando inseguranças e receios. Sua estreia veio em 2003 com o disco Prêt-à-Porter, cuja capa, em que aparece nua, gerou polêmica e debate na época.
Ao longo da carreira, Preta consolidou-se como uma artista versátil: além dos álbuns e parcerias com grandes nomes da música, tornou-se uma presença marcante no Carnaval com o popular “Bloco da Preta”, arrastando multidões pelas ruas.
Na televisão, também deixou sua marca. Atuou em novelas como Agora é que são Elas (Globo, 2003), Caminhos do Coração (Record, 2007) e Os Mutantes (Record, 2008). No cinema, no teatro e como apresentadora, mostrou sua multifacetada capacidade de comunicação com o público.
O diagnóstico do câncer foi anunciado em janeiro de 2023. Em agosto do mesmo ano, ela passou por uma cirurgia para retirada do tumor e do útero. Chegou a comemorar o fim do tratamento em dezembro, após uma cirurgia de reconstrução do trato intestinal. No entanto, em agosto de 2024, ao completar 50 anos e lançar sua biografia Preta Gil – Os Primeiros 50, revelou que precisaria retomar o tratamento oncológico.
No dia 10 de junho deste ano, deu início a um novo protocolo de tratamento, partindo para os Estados Unidos em busca de alternativas após esgotar possibilidades no Brasil.
Durante todo o processo, Preta Gil usou suas redes sociais para falar com franqueza sobre os desafios da doença, abordando desde o acesso desigual aos tratamentos até a importância do acolhimento emocional.
