Prisões de barões do tráfico estão relacionadas à onda de assaltos a banco, diz Coronel David

0
153
Foto: Pedro Ernesto

O deputado estadual Coronel David (sem partido) declarou durante entrevista a uma rádio de Campo Grande, nesta quinta-feira (3), que essa onda de assaltos a bancos como ocorreu em Cametá (PA), Criciúma (SC) e Araraquara (SP) são resultado das ações policiais que estão “desbancando” e causando prejuízos financeiros enormes ao crime organizado com as apreensões de drogas recordes em todo o país. 

Com seus 30 anos de experiência em Segurança Pública, sendo inclusive comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o Coronel David explica que, sempre quando há apreensões recordes de drogas as organizações criminosas sentem o “baque financeiro” e precisam buscar outras “fontes de renda ilícitas”, como é o caso dos assaltos a bancos. 

“Tudo isso que a gente viu nos últimos dias, de criminosos causando terror ao assaltar bancos usando as pessoas como reféns nada mais é do que o reflexo da ação policial que vem batendo recordes e mais recordes na apreensão de drogas, o carro-chefe das organizações criminosas”, disse.  

De acordo com dados do Ministério da Justiça, só no primeiro semestre deste ano, foram apreendidas mais de 92,5 tonelada de cocaína e outras 1,2 mil toneladas de maconha em todo o país. Mato Grosso do Sul está no topo do ranking entre os estados que mais retiram drogas de circulação, com a atuação das policiais estaduais: PM e Polícia Civil. 

Em agosto, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) fez a maior apreensão de maconha do país, retirando 33 toneladas da droga de circulação e causando prejuízo de mais de R$ 50 milhões ao crime organizado. A ocorrência foi registrada em Maracaju. 

Coronel David explica que a cada apreensão de carregamentos de drogas, por exemplo, tem início uma investigação do serviço de inteligência da polícia em que o resultado é o encarceramento dos “barões do tráfico de drogas” com o devido bloqueio das contas que lavam o dinheiro ilícito. A partir do desmonte financeiro das organizações criminosas elas precisam buscar outras formas de obter dinheiro para manter as operações do tráfico.  

“No Brasil, as polícias estão combatendo com rigor as atividades ilícitas das organizações criminosas e prendendo os chefes e colocando nos Presídios Federais, dificultando o contato e as ordens para as quadrilhas. É assim que você vence o crime”, enfatizou o deputado, com a convicção que “as forças policiais vão se organizar e os serviços de inteligência da polícia vão dar respostas a estes crimes”. 

O deputado rebateu as manifestações desrespeitosas feitas contra os policiais que investigam o roubo contra agência do Banco do Brasil em Criciúma no último dia 30 e parabenizou a ação dos militares e investigadores que já resultou na prisão de 7 suspeitos. “Em breve todos estarão presos e a polícia, mais uma vez, vai mostrar quem é que manda. Aqui a marginalidade não se cria”, finalizou. 

Casos – Os assaltos a que o deputado se refere ocorreram no dia 24 de novembro em Araraquara (SP), dia 30 em Criciúma (SC) e mais recentemente em Cametá (PA). 

No primeiro caso, os criminosos roubaram R$ 2,5 milhões de cofre da agência da Caixa Econômica. Eles incendiaram veículos e trocaram tiros com a PM, mas ninguém se feriu. 

No segundo caso, os bandidos fizeram reféns ao assaltar uma agência do Banco do Brasil. Houve troca de tiros com a polícia  e um PM acabou ferido; sete criminosos já foram presos. 

O último, no dia 1º, ocorreu também contra uma agência do Banco do Brasil no Centro de Cametá. A quadrilha fez reféns, e atirou contra o quartel da PM para impedir a ação policial. Um dos reféns acabou morrendo ao tentar fugir e outro foi baleado, mas sem risco de morte.