Equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) e da Superintendência da Proteção Social Especial da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SAS) receberam, nesta segunda-feira (10), uma comitiva formada por quatro profissionais da Secretaria de Assistência Social de Nova Andradina. Eles participaram de uma visita técnica a unidades da SAS para conhecer o trabalho desenvolvido junto à população em situação de rua.
Acompanhados pela superintendente de Proteção Social Especial, Tereza Cristina Miglioli Bauermeister, pelo gerente de Proteção Social para a População em Situação de Rua, Thiago Ribeiro, e pelo coordenador do Seas, Eduardo Oliveira, os integrantes da comitiva participaram de uma roda de conversa. Eles trocaram experiências e conheceram a estrutura e o trabalho das equipes que atuam na abordagem e acolhimento de pessoas em situação de rua e migrantes na Capital.
De acordo com o gerente de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade de Nova Andradina, Felipe Moretti, o objetivo da visita foi buscar ideias para aprimorar o trabalho de acolhimento e abordagem realizado no município. “Viemos conhecer a estrutura da Rede de Assistência Social de Campo Grande e as especificidades do trabalho realizado em unidades como o Centro POP e a Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (Uaifa). Essa visita de intercâmbio foi motivada por uma recomendação do Ministério Público, que nos orientou a capacitar nossa equipe técnica. Nós já oferecemos esses serviços, mas escolhemos Campo Grande por ser a Capital e também uma referência no atendimento a essa população aqui no estado”, explicou Moretti.
Durante a roda de conversa, Thiago Ribeiro destacou o empenho do município na elaboração do primeiro censo da População em Situação de Rua e enfatizou a necessidade de um olhar pragmático sobre a questão social: “Muito mais do que ter um olhar romantizado, nós temos uma preocupação com o atendimento técnico e com a garantia de direitos, porque nosso objetivo é sempre estar ali para garantir que a política de Assistência Social seja cumprida”, ponderou Thiago, frisando que o trabalho em Campo Grande é caracterizado pela atuação em rede e pela construção de políticas de visibilidade.
Já Eduardo Oliveira abordou o desafio do atendimento à população migrante e os ruídos na comunicação. Ele explicou a criação de uma cartilha em espanhol para orientar sobre documentação e acesso a serviços, além de destacar as diretrizes que norteiam o serviço de acolhimento na Capital. A preocupação em convencer o usuário a aceitar o atendimento das equipes, para que seus direitos sejam garantidos com agilidade, também é um ponto em comum no trabalho dos municípios. No entanto, Thiago Ribeiro reforçou que a resolução de questões crônicas não ocorre em um único atendimento, incentivando o fortalecimento emocional da equipe e o trabalho intersetorial.
Na prática
Após a roda de conversa, as equipes seguiram para as unidades a fim de observar, na prática, o atendimento realizado pela Rede de Assistência Social. No Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), a comitiva foi recebida pela coordenadora do local, Akemi Albuquerque Higa, que explicou que o espaço atua como porta de entrada para a Rede, com foco na recuperação e no acesso à documentação e ao mercado de trabalho. Akemi também falou sobre o fluxo de atendimento na unidade, que chega a receber até 200 usuários no horário do almoço.
“O Centro POP tem parceria fundamental com a Defensoria Pública, além da Sesau e de comunidades terapêuticas, para o tratamento de usuários que utilizam substâncias psicoativas”, afirmou.
Na UAIFA, unidade que funciona como uma Casa de Passagem, oferecendo acolhimento a pessoas entre 18 e 59 anos ou que estão em trânsito, a coordenadora Josemary Silveira Braga enfatizou que a prioridade, quando o usuário chega, é suprir as necessidades básicas de alimentação e saúde. E gradativamente, construir um projeto de vida para o acolhido a partir de um atendimento técnico.
“Nosso eixo de trabalho aqui na unidade é a empatia. Nos colocamos no lugar de cada pessoa. Dessa forma, temos resultados significativos, com muitos acolhidos conseguindo inserção no mercado de trabalho ou reinserção familiar”, explicou Josy.
Após a visita à UAIFA, a comitiva de Nova Andradina ainda esteve na rodoviária para conhecer o trabalho de abordagem dos técnicos que atuam na sala de atendimento instalada no local. Segundo Felipe Moretti, a experiência em Campo Grande forneceu subsídios técnicos para impulsionar a equipe a implementar um programa de educação permanente, como o existente na Rede de Assistência da Capital, e buscar soluções que fortaleçam o serviço de abordagem e acolhimento no município.
“Nós saímos daqui com bastante segurança para entender que a nossa visão de trabalho, a nossa visão de atendimento está correta, já que compartilhamos da mesma prática humanista, com a visão de que a política pública deve ajudar a pessoa a passar por um momento de vulnerabilidade, além de dar um retorno para a sociedade sobre os resultados do nosso trabalho”, concluiu.
#ParaTodosVerem As imagens mostram a visita dos técnicos de Nova Andradina.







