PX compara júri que investiga morte do filho com caso O.J. Simpson

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PX compara júri que investiga morte do filho com caso O.J. Simpson

Paulo Roberto Xavier, pai de Matheus Coutinho Xavier, compara o júri que investiga a morte do filho com o julgamento de O.J. Simpson, nos Estados Unidos. Segundo ele, a defesa não tem como negar a autoria do crime, então tenta desqualificar a forma que a investigação foi conduzida ou anular o júri com base em tecnicidades.

“Como eles não têm como justificar o motivo pelo qual fizeram isso, estão tentando lançar fumaça, entrar em outros assuntos, como Juanil, PCC, coisas assim, que não têm nada a ver. É a mesma situação de um filme que eu assisti, onde colocaram um frango dentro de um armário. Ninguém falava sobre o fato ocorrido ali, falava-se apenas do frango dentro do armário. O que eles estão tentando fazer aqui é o princípio do frango no armário. Como eles não têm como justificar o motivo pelo qual cometeram esse homicídio, eles estão entrando em outras esferas, outros debates, que não têm nada a ver”, pontua.

Com esta teoria, PX compara com o julgamento de O.J. Simpson, caso de grande repercussão nos Estados Unidos na década de 1990. Ex-jogador de futebol americano e personalidade de televisão, O.J. Simpson foi acusado do assassinato de sua ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e de seu amigo, Ronald Goldman.

“O mesmo princípio, quem já assistiu ao julgamento de O.J. Simpson nos Estados Unidos, o assunto saiu do homicídio e foi para a questão racial. Passou um tempo… Semanas e semanas discutindo a questão racial e não falaram sobre o fato. Aqui vejo o mesmo princípio de O.J. Simpson, o mesmo princípio do frango dentro do armário. Em vez deles falarem ou tentarem justificar o motivo pelo qual cometeram aquele ato covarde contra o meu filho, eles estão trazendo outros assuntos, outras esferas para distrair a imprensa, distrair os jurados. Mas acredito que os jurados estão bem atentos, a imprensa está bem atenta e não vai desviar do foco principal”, complementa.

Exemplo usado por PX

O caso O.J. Simpson recebeu ampla cobertura da mídia e dividiu a opinião pública. O julgamento durou de janeiro a outubro de 1995 e foi transmitido ao vivo pela televisão, tornando-se um dos eventos mais assistidos da história da TV nos Estados Unidos.

Durante o julgamento, a defesa de O.J. Simpson argumentou que ele era inocente e levantou questões sobre a integridade das evidências apresentadas pela acusação. A promotoria, por sua vez, apresentou provas circunstanciais que ligavam Simpson ao crime.

O caso teve uma reviravolta dramática quando a equipe de defesa de Simpson fez com que ele experimentasse uma luva encontrada na cena do crime, que não coube em sua mão. Essa cena icônica, em que Simpson disse a famosa frase “If it doesn’t fit, you must acquit” (“Se não couber, você deve absolver”), foi um momento crucial do julgamento.

No final, O.J. Simpson foi considerado não culpado pelo júri criminal. No entanto, ele foi considerado responsável pelos assassinatos em um processo civil movido pela família das vítimas, onde foi condenado a pagar indenização.

O julgamento de O.J. Simpson foi amplamente debatido e levantou questões sobre raça, fama, influência da mídia e a eficácia do sistema judiciário nos Estados Unidos. Permanece como um dos casos mais conhecidos e controversos da história legal do país.

Morte de Matheus Xavier

Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.

Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.

A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.

PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.

No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.

O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.

Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.

A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.



Fonte: Top Mídia News