A Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SAS) teve destaque na primeira edição do “Seminário Internacional Pessoas em Situação de Rua: cuidado integral e direitos já”, com a apresentação de três projetos, evidenciando uma rede de proteção social articulada, qualificada e com estratégias inovadoras.
O evento, realizado na Fiocruz, em Brasília, foi uma vitrine para projetos transformadores, desenvolvidos este ano e que tiveram como foco a população em situação de rua. Na opinião da secretária Camilla Nascimento, que acompanhou a equipe de profissionais da SAS ao evento e participou das apresentações, a relevância do trabalho da pasta foi sublinhada pela troca de experiências com participantes de diversas regiões do Brasil e do exterior, demonstrando estar à frente de muitos estados e municípios, que apresentaram, em sua maioria, apenas um projeto.
“Para nós de Campo Grande foi mais que uma troca de experiências ou aprendizado. Conversamos com a Cidade do México e tantos outros locais, observamos que nossa Capital está à frente quando o tema é população em situação de rua. Acreditamos e pudemos identificar que nossas políticas públicas estão avançadas e estamos no caminho certo. Voltamos mais fortalecidos”, afirmou, a secretária de Assistência Social e Cidadania, Camilla Nascimento, ressaltando a importância do intercâmbio.
Os três projetos selecionados, apresentados por profissionais da Superintendência de Proteção Social Especial, Superintendência de Política de Direitos Humanos e técnicos do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) foram “Desocupar sem excluir: experiência do Seas na garantia de direitos”, “Inverno Acolhedor” e a criação de uma gerência com foco em diagnóstico e articulação intersetorial para a população em situação de rua da Capital.
Rede fortalecida
Um dos projetos que teve destaque especial foi o “Inverno Acolhedor”, idealizado pela Superintendência de Política de Direitos Humanos. A iniciativa, que ganhou visibilidade em rede nacional, ofereceu acolhimento emergencial, refeições, agasalhos e cuidados básicos em dias de frio intenso (temperaturas iguais ou inferiores a 12ºC), inclusive para animais de estimação. A metodologia do projeto se destaca por sua abordagem intersetorial, integrando diversas secretarias e a sociedade civil.
Outra importante iniciativa apresentada foi a implementação da nova Gerência de Proteção Social à População em Situação de Rua, uma inovação nacional. A criação dessa estrutura visa fortalecer a comunicação e a integração entre os serviços de assistência social, como o Centro POP e o Seas e reforça o planejamento de ações exclusivas para essa população.
No eixo de reintegração social, o trabalho “Desocupar sem excluir: experiência do Seas na garantia de direitos” demonstrou a atuação humanizada da equipe. O relato descreveu a desocupação digna de um antigo imóvel no centro de Campo Grande que abrigava irregularmente seis famílias migrantes. A ação, através de escuta qualificada e articulação intersetorial, garantiu a inserção das famílias no programa de Aluguel Social e acompanhamento da rede socioassistencial.
Para a superintendente de políticas de Direitos Humanos, Priscilla Justi, a participação no Seminário Internacional reforçou o compromisso de Campo Grande na vanguarda do debate sobre a garantia de direitos e a inovação nas políticas públicas, consolidando a Capital como referência na construção de uma política estruturada e humanizada para a população em situação de rua.
“A cidade está, atualmente, realizando o seu primeiro Censo Municipal da População em Situação de Rua, uma iniciativa inédita e fundamental para qualificar ainda mais o planejamento com base em dados e evidências. Voltamos com novos aprendizados e referências”, destacou.
A superintendente ainda destacou que atualmente a SAS conta com fluxos definidos, protocolos, indicadores e ações intersetoriais que garantem um olhar humanizado à Rede, enquanto muitos municípios ainda se encontram na fase de sensibilização e construção de estratégias.
Já a gerente da Proteção Social Especializada de Média Complexidade. Erika Matos, ressaltou que os projetos mostraram o compromisso que a gestão municipal tem com a política voltada para a população em situação de rua. “Durante as apresentações a gente conseguiu ver como Campo Grande está construindo um protagonismo, tanto que representando o Centro-Oeste, além de nós, tinha apenas mais um trabalho de Goiás. Mostramos que somos uma rede de proteção qualificada e que pensamos em estratégias inovadoras, que têm o objetivo de se transformar numa referência nacional”, concluiu.
