Quatro músicos, duas cidades, uma pandemia e um grupo de WhatsApp: assim começou o Trilho Elétrico. A banda estreia seu primeiro álbum com participação de nomes consagrados, como Daniela Mercury, Toni Garrido e Mart’nália.
Para entender mais dessa história, o iG Gente conversou com dois dos integrantes da banda, Lelo Zaneti e Rodrigo Borges. Os dois são, respectivamente, ex-baixista do Skank e representante do Clube da Esquina.
Eles formam a metade mineira do grupo. Os outros 50% são diretamente de Salvador, a capital da Bahia. São eles: Manno Góes, um dos fundadores do Jammil, e Lutte, ex-vocalista da Mosiah Roots.
A origem do Trilho Elétrico
O grupo nasceu durante a pandemia. Rodrigo e Manno Goés se conheceram na União Brasileira de Compositores (UBC), e a ideia de um projeto somando as culturas mineira e baiana nasceu.
Apesar do início promissor, eram apenas uma dupla, até que o convite chegou a Lelo e Lutte: “Cada dupla mora em uma cidade diferente, então seguimos criando colaborativamente, usando tecnologia. Mandamos guias por WhatsApp, discutimos em grupo… é bem dialógico”, conta.
O grupo online segue fundamental na rotina do grupo. É por lá que eles enviam testes, lapidam as canções e as desenvolvem: “Quando se encontra ao vivo, arremata os arranjos”, acrescenta Rodrigo, acompanhado por Lelo: “Todos têm personalidade forte e defendem suas ideias”.
A mistura de ideias
Além da diversidade cultural, o Trilho Elétrico também carrega a junção de diferentes gêneros. Com traços do axé, reggae, frevo, ijexá e outras brasilidades, o grupo se identifica com o pop.
Para eles, o estilo carrega maior leveza e alegria, tão importantes em tempos marcados por divergências sociais e políticas : “A música e a arte têm esse papel de tirar as pessoas da rotina massiva para um estado de leveza e alegria”.
“A nossa contribuição é justamente levar essa alegria, ter o prazer que a gente tem de fazer música e passar essa energia positiva. A gente espera que as pessoas, ao escutarem o Trilho Elétrico, sejam transportadas para esse lugar mais calmo, mais alegre, mais feliz”, avalia Rodrigo.
Para dar mais exemplos dessa pluralidade, o ex-Skank enumera algumas das principais inspirações, de diferentes vertentes, como Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Caetano Veloso
Trilho com convidados especiais
O primeiro álbum da banda reúne nomes que marcaram a música brasileira nas últimas décadas. Da jovialidade e ascenção de Vitor Kley às já consagradas e veteranas Mart’nália e Daniela Mercury.
A escolha dos convidados surgiu naturalmente, seja por uma relação prévia ou admiração pelo trabalho: “São artistas que têm a ver com a gente”, explica Rodrigo. “Fomos convidando artistas que tivessem a ver com o clima de cada música”, acrescenta Lelo, destacando Daniela Mercury, com quem dividiu palco algumas vezes nos anos 90
A lista de nomes inclui ainda Robson Morais, da Banda Mel; Júlia Tizumba; Vanderlei Silva, percussionista filho do lendário baterista Robertinho Silva; e o guitarrista Armandinho Macêdo: “A gente é é grato a todas essas colaborações”, finaliza Lelo.