O último dia do desfile das escolas de samba de Campo Grande, nesta terça-feira, 04, foi de muita alegria. As escolas Unidos do Cruzeiro, Deixa Falar e Cinderela Tradição do José Abrão encheram a Praça do Papa de muito colorido e samba no pé.
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Presente também neste segundo dia de desfiles, o secretário de estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, afirmou estar emocionado. “Último dia de festa, segundo dia do desfile das escolas de samba, extremamente bem organizado, quero parabenizar a Liga das Escolas de Campo Grande, os blocos que fizeram um carnaval de rua super bacana, super animado, e principalmente a população que prestigiou tanto aqui o desfile como na Esplanada, os blocos, foi emocionante ver os eventos todos extremamente lotados de uma forma muito ordeira, as pessoas aproveitando, foliando, sem nenhuma intercorrência, a gente fica muito feliz de estar cumprindo esta missão que o governador deu de fazer um dos melhores carnavais da história”.
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O diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes, fez um apanhado do carnaval deste ano e gostou do resultado. “O resultado muito bom, nós também demos sorte do tempo, não tivemos chuvas, não atrapalhou o carnaval tanto aqui do desfile como também dos blocos de carnaval, e o sucesso é a população, isso aqui é feito para a população, ver as arquibancadas cheias, ver o público vibrando, se divertindo é muito importante. Carnaval não é só festa, é investimento, é economia criativa, gera renda durante todo o ano pra muita gente, muito feliz por ter investido pelo Governo do Estado, através do governador Eduardo Riedel do Marcelo Miranda, nosso secretário da Setesc, fazendo esse carnaval 2025”.
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Primeira escola a desfilar, a Unidos do Cruzeiro trouxe para a avenida o tema “E Kú Ojo Íya”, expressão em yorubá que significa Feliz Dia das Mães. Alex da Silva Guedes, presidente e carnavalesco da Unidos do Cruzeiro, afirmou que escolheu este tema que não é só a mãe que põe o ventre, mas todas as mães: “A mãe terra tem um ventre, a mãe África perdeu seus filhos para o Brasil, a mãe natureza, a mãe de santo, a irmã Dulce que é a mãe dos pobres, então eu quis homenagear todas as mães que fazem, não só as que parem. É um enredo muito forte para mim porque eu perdi a minha mãe no dia 27 de dezembro, ela ouviu o samba, e parece que foi uma homenagem para ela”.
Na ala representando as mães de santo, mãe e filha Fabiana e Victoria Marinho desfilaram juntas pela primeira vez. “É a primeira vez, está sendo totalmente diferente de tudo o que eu já fiz, está sendo muito legal”, diz Victoria. “A gente está não só representando a escola, mas também o nosso axé, que é o candomblé, que conta a história dos orixás também, no samba enredo, e é um prazer imenso participar”, diz Fabiana.
Logo depois veio a segunda escola do dia, a Deixa Falar, campeã do carnaval do ano passado, com o tema “Ancestralidade”, representando a cultura afrodescendente no Brasil e povos originários. Francisco Lopes, diretor de carnaval da Deixa Falar, disse que o objetivo foi trazer a cultura e toda a ancestralidade dos povos originários e afro-brasileiros. “O nosso carnavalesco traz para a rua uma miscigenação onde o europeu não chegou, só os povos originários e os africanos. A gente fala sobre uma miscigenação dos indígenas e também numa diáspora que não foi forçada, os africanos chegaram. A partir disso a gente traz a cultura, toda a ancestralidade do nosso povo, que é essa coisa maravilhosa que vocês viram nas ruas. A gente trouxe os indígenas e os afro-brasileiros como protagonistas desse Brasil que a gente conhece. Nosso povo é sem igual. Nós fizemos um carnaval para o povo”.
Suzane dos Santos Fernandes comandou a comissão de frente da Deixa Falar. Para ela foi maravilhoso participar. “Foi uma coreografia pensando na ancestralidade, os povos negros e os povos indígenas, e principalmente focando o nosso estado. É emocionante, eu sou de origem indígena, fico até e emocionada de falar, mas foi um trabalho assim bastante sério, com muita pesquisa, nós chegamos nesses artistas maravilhosos, que gostam do carnaval, gostam da cultura, são cinco negros e cinco indígenas, então foi muito bom, foi maravilhoso”.
A Cinderela Tradição do José Abrão foi a última escola a desfilar, com o tema “Corupah”, que conta a história de Corumbá através da visão indígena. Marcio Marques Soares, vice-presidente da escola, disse que o enredo foi uma homenagem ao patrono da escola, nascido em Corumbá. “O nosso patrono foi nascido em Corumbá, o Gilberto Corrêa, já faleceu, ele era o nosso presidente, ele tinha feito um samba, que a gente fez um arranjo para Corumbá, que ele adorava Corumbá, e a gente procurou fazer um samba fácil para o pessoal cantar, nós trouxemos para a época de agora, para ficar fácil para a gente trabalhar, a gente conseguiu trazer esse samba para a boca do povo”.
Kerlen Souza, rainha da bateria do Cinderela Tradição do José Abrão, estava muito emocionada: “Assim como em todos os desfiles, é emocionante, mas hoje foi mais emocionante porque hoje a gente completa oito anos do falecimento do nosso eterno presidente, o Gilbertão, hoje a emoção foi à flor da pele e esse desfile foi para ele. Corumbá para mim é a minha cidade, eu sou corumbaense, então esse desfile representar Corumbá foi excelente”.
No meio do público, prestigiando o desfile, a funcionária do Detran Francisca de Jesus Roberto era só alegria: “Desfilei pela Igrejinha, amo o carnaval, acho que o carnaval aqui em Campo Grande está melhorando e precisa melhorar mais ainda, está ótimo, estou adorando. A gente traz no sangue, na veia, o carnaval. Eu amo, sou apaixonada pelo carnaval”.
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Antônio Céspedes, que trabalha com energia solar e no comércio, disse que o carnaval está no sangue. “Desde criança meus pais já participavam e a partir daí a gente continua. Minha escola preferida é a Igrejinha, eu vim ontem assistir. Foi maravilhoso. O desfile foi fantástico, a fantasia, o enredo… eu acho que este ano vai dar Igrejinha. Carnaval é uma festa que une a família toda, meus pais, meus irmãos sempre frequentando, e depois de casado os filhos também vêm, então é uma festa que a gente nunca perde”.
A apuração das notas vai acontecer nesta quarta-feira (5), a partir das 17 horas, no teatro Arena do Horto. Já a premiação ocorrerá na sexta-feira (7), a partir das 19 horas no Armazém Cultural.
Texto: Karina Lima
Fotos: Ricardo Gomes