Durante Audiência Pública realizada nesta segunda-feira (3), na Câmara Municipal de Campo Grande, vereadores cobraram da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) ações para reduzir a longa fila de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pública. O debate também abordou a crescente judicialização da saúde e a necessidade de melhorias estruturais.
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A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, apresentou dados sobre a rede de assistência, cobertura vacinal e execução orçamentária. No entanto, os parlamentares apontaram falhas, como a falta de leitos hospitalares e a precariedade dos serviços odontológicos e de saúde mental.
Falta de leitos e filas na saúde
O vereador Dr. Victor Rocha destacou a urgência na redução da fila de espera, citando pacientes com câncer que entram no sistema no estágio inicial da doença, mas só são atendidos quando já estão em estágio avançado. Ele também cobrou um novo contrato com a Santa Casa, que enfrenta um déficit de R$ 13 milhões.
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Em resposta, a secretária confirmou o déficit de leitos em Campo Grande e anunciou um novo sistema de gestão da urgência e emergência, permitindo que a população acompanhe o tempo de espera e a disponibilidade de vagas.
Críticas ao orçamento da saúde
O vereador Dr. Lívio questionou a destinação de R$ 158 milhões em suplementos orçamentários realizados sem autorização da Câmara. Ele também cobrou soluções para a precariedade da odontologia na cidade, apontando unidades com compressores quebrados. A Sesau alegou que a regularização foi feita conforme legislação e prometeu esclarecimentos por escrito.
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Já a vereadora Luiza Ribeiro criticou a falta de transparência no uso do orçamento da saúde, que recebeu 36,04% dos recursos municipais, mais que o mínimo constitucional de 15%. Ela denunciou o “desmonte” da saúde odontológica, mencionando uma fila de três mil pessoas aguardando dentaduras por até um ano.
Judicialização na saúde
A alta judicialização foi outro ponto crítico. De acordo com Rosana Leite, há R$ 32,4 milhões em sequestros judiciais e R$ 15 milhões em empenhos, sendo que mais da metade das ações estão ligadas a cirurgias ortopédicas. O vereador Marquinhos Trad questionou a justificativa da prefeita Adriane Lopes sobre o uso desses recursos para fraldas e dietas especiais.
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O debate também abordou dificuldades enfrentadas por mães atípicas na obtenção desses itens. A Sesau informou que reservou R$ 5 milhões para dietas, mas só liquidou R$ 124 mil até agora, enquanto R$ 2 milhões foram destinados às fraldas.
Odontologia e saúde mental
O presidente do Sindicato dos Odontologistas, David Chadid, relatou que falhas nos compressores paralisaram 14 unidades e afetaram o trabalho de 40 profissionais. A secretária afirmou que um novo processo emergencial foi aberto e que o problema será resolvido nos próximos 40 dias.
Walkes Jacques, do Sindicato de Psicologia, cobrou mais concursos para psicólogos, destacando que a saúde mental exige acompanhamento contínuo e não se resolve em apenas uma consulta.
Baixa adesão às vacinas
Outro desafio apontado pela Sesau é a baixa cobertura vacinal em Campo Grande. Apesar das campanhas realizadas em shoppings, mercados e praças, a adesão continua abaixo da meta, com a Tríplice Viral em 78%, a Pentavalente em 75% e a Poliomielite em 74%. A vacinação contra o HPV, fundamental na prevenção do câncer de colo de útero, também segue abaixo do esperado.
Com uma nova audiência já agendada para março, os vereadores seguem pressionando a Sesau para que medidas concretas sejam tomadas para melhorar o atendimento à população.