O motorista de aplicativo, Fagner Duarte Gomes, de 35 anos, vítima de agressões na madrugada deste domingo (10), quando buscava uma passageira no bairro Santa Mônica, em Campo Grande, relatou o momento em que foi espancado durante a madrugada, ao ser atacado por três homens. (vídeo no final da matéria).
Fagner contou que trabalha durante as madrugadas aos finais de semana, e que essa é a única renda que ele possui atualmente.
“Eu recebi uma chamada para ir buscar uma passageira. Eu fui até o local. Chegando lá, estava acontecendo uma festa julina e eu mandei mensagem falando: olha, não vou conseguir acessar a rua, aí ela veio até mim”, contou.
Ele disse que nesse momento, um homem seguiu a mulher e ambos começaram a discutir. Receoso, não se intrometeu na briga e continuou aguardando no carro até que a passageira entrasse para seguir viagem.
“Ele empurrou ela, abriu a porta do carro me dando porrada, garrafada, e me puxou do carro me batendo. Na hora que ele me puxou do carro, eu passei a mão em uma faca pequena, não é uma faca grande, faca de descascar fruta, porque eu fico muito tempo na rua e levo pra descascar maçã. Eu passei a mão, e ele me batendo. Eu peguei a faca e acertei um golpe e ele continuou vindo para cima de mim”, relatou.
Vítima fez um vídeo relatando o que sofreu, veja:
Em seguida, Fagner afirmou que o irmão do acusado apareceu e passou a agredi-lo também, com socos e chutes na cabeça.
“Eu acertei o irmão dele também. Nisso começou a vir um monte de gente me batendo, me enforcando. Me jogaram de cabeça no chão e começaram a me enforcar, pisaram na minha cabeça, chutou meu rosto”.
Nesse momento, a mulher que havia solicitado a corrida disse que o ajudaria e pediu que ele soltasse a faca, mas com medo de ser esfaqueado, ele hesitou por um tempo.
Quando largou a faca, foi solto pelas pessoas que o seguravam e o agrediam. Fagner conseguiu correr para o carro e fugir.
Em seguida, ligou para a mulher, contou o que aconteceu e pediu que ela acionasse o SAMU. Ele aproveitou para ligar para o 190 e contar o caso.
O motorista foi até a residência onde mora e aguardou a chegada do socorro e da Polícia. Fagner foi encaminhado para Santa Casa, onde permanece internado e precisará passar por uma cirurgia por conta do nariz que foi fraturado.
Ainda assustado com tudo que aconteceu, lembrou que pediu ajuda a Deus para que sobrevivesse ao ataque.
“Na hora que eles amontoaram em cima de mim lembro de ter recorrido a Deus falei: ‘Pai, me ajuda, me tira daqui. Aí logo em seguida eles me soltaram”, disse.
Passado o susto, ele pensa no futuro e em como arcará com as contas, uma vez que o carro que utiliza é alugado sob o custo de R$ 600 reais semanais, além dos medicamentos por conta dos ferimentos sofridos.