O policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, 64 anos, é o primeiro réu a depor, na tarde desta terça-feira (18), no júri que investiga a morte de Matheus Coutinho Xavier, 17 anos.
Ele contou que se aposentou da Polícia Civil em 2008, ficou um tempo parado e depois precisou voltar a trabalhar.
Vlad reconheceu que possui algumas passagens criminais, incluindo tráfico de drogas, mas alega que foi absolvido. No entanto, o juiz Aluízio Pereira dos Santos observou que a afirmação é mentirosa, pois consta uma condenação em trânsito julgado.
O policial alega que conheceu Jamil Name (pai) quando começou a trabalhar no Pantanal Cap, inicialmente no escritório, onde realizava serviços gerais. Depois, conheceu Paulo Roberto Teixeira no trabalho.
Ele diz saber que Paulo Roberto, o PX, começou a trabalhar com a família Name, mas afirma que não teve qualquer relação de intimidade com ele. Afirma também que não conhece nenhum dos executores, Juanil e Zezinho, e nunca viu armas na casa da família investigada.
O Ministério Público não fez perguntas, nem os advogados.
O caso
Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.
Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.
A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.
PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.
No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.
O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.
Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.
A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.
Fonte: Top Mídia News