Histórias de superação e renascimento marcam seminário da Reme para professores readaptados

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Histórias de superação e renascimento marcam seminário da Reme para professores readaptados

 

Não se trata apenas de mudar de função, mas de reencontrar o propósito. Foi com esse espírito de acolhimento e valorização que a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), por meio da Divisão de Atenção à Saúde do Servidor (DASS) e a Divisão de Apoio Técnico-Pedagógico (DIPED), realizou na manhã desta quarta-feira (26), no CEFOR, o Seminário “Práticas que Inspiram: histórias que transformam a realidade escolar”.

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O evento, que reuniu cerca de 200 participantes, marcou o encerramento do curso de formação continuada iniciado em março deste ano, voltado especificamente para professores readaptados, profissionais que, por limitações de saúde física ou emocional, deixaram a regência de sala de aula para atuar no assessoramento pedagógico.

A iniciativa nasceu da necessidade urgente de oferecer pertencimento a esses profissionais. Segundo Laine Paes de Matos Correa, chefe da DASS, o projeto surgiu ao perceber a ansiedade e os desafios que muitos sentiam ao serem realocados. Ela explicou que a parceria foi firmada justamente para ressignificar o “estar na escola”. Em sua fala, Laine destacou a mudança de cenário na rede, pontuando que, diferente do passado, hoje recebe ligações de diretores pedindo que esses profissionais contribuam com suas unidades e que o trabalho realizado em Campo Grande já é reconhecido nacionalmente, servindo de exemplo para outras capitais.

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Corroborando essa visão, Maria José do Amaral, chefe da DIPED, (Divisão Pedagógica), enfatizou que o seminário prova que a readaptação não é o fim da carreira, mas um novo capítulo. Para ela, o professor readaptado não é alguém “deixado” na escola, mas um profissional que carrega uma bagagem de muitos anos capaz de contribuir significativamente para o ensino. Ela reforçou que todo o percurso formativo do ano, incluindo o seminário e o curso, foi pensado para que eles se percebam valorizados e parte integrante do processo educativo.

O tom emocionado do evento já se fez presente na abertura cultural com o Coral da ACPMS (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública). Madalena Pereira da Silva, aposentada após 28 anos de sala de aula e integrante do grupo, descreveu a música como um refúgio e uma importante forma de socialização que faz bem para a “saúde espiritual, para o corpo e para a alma”. A regência ficou por conta do maestro Rafael Ortega, que personifica o tema do evento: também professor readaptado após problemas de saúde que o afastaram da sala de aula, ele encontrou na música e nos projetos com jovens uma nova forma de ensinar e continuar ativo, unindo sua formação em Letras e Música.

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Um dos momentos em destaque foi a fala da Secretária Adjunta Municipal de Educação, Maria Lúcia de Fátima de Oliveira. Com 30 anos de vivência no “chão de escola”, ela trouxe uma mensagem de fé e empatia, lembrando que todos estão sujeitos às fragilidades da vida. Ao compartilhar experiências pessoais de superação familiar, a Secretária afirmou que não coleciona tragédias, mas semeia esperanças, e que as histórias tristes servem para serem superadas. Ela parabenizou a garra dos servidores, afirmando que eles transformaram suas próprias vidas e continuarão transformando a dos alunos.

No campo teórico, a palestra principal foi conduzida pela psicóloga e professora da Reme, Liara Barbosa Vieira Nogueira. Abordando o tema “Caminhos e Perspectivas”, Liara focou na resiliência como a capacidade de se adaptar ao novo criando estratégias para suportar as adversidades. Ela provocou a reflexão sobre a importância de servir com excelência no momento presente, independentemente da função exercida.

Contudo, o ponto alto do encontro foi a socialização das práticas, onde a teoria se mostrou viva nas histórias reais. A professora Miriam Borges Carvalho Lacerda, com mais de 30 anos de magistério, relatou como a dedicação extrema à sala de aula impactou sua saúde física, levando a diversas cirurgias. Mesmo em transição de unidade escolar, ela reforçou que se recusa a parar e deseja continuar contribuindo para a educação, agora atuando na biblioteca e no apoio à gestão.

Já o professor Marcos Henrique Silva Lopes, da ETI ProfªHilda de Souza Ferreira, compartilhou um relato impactante de renascimento após um grave acidente de trânsito em que os médicos lhe deram apenas 1% de chance de vida. Há apenas 16 dias em sua nova função readaptada, Marcos revolucionou a análise de dados da escola ao organizar a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP), propondo uma análise qualitativa inédita dos erros e acertos dos alunos. Segundo ele, o acolhimento imediato de sua ideia pela coordenação representou um novo tempo em sua vida profissional.

O evento foi finalizado com o lançamento de um E-book contendo os relatos e práticas desenvolvidas durante o curso, eternizando as experiências de quem, diante da adversidade, escolheu continuar educando, provando que estas são, de fato, histórias que transformam a realidade escolar.

Fonte: www.campogrande.ms.gov.br

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