Justiça enquadra coordenador de Alan Guedes após golpe eleitoral contra Barbosinha

Momento em que Carlinhos Cantor deixava a sede da Justiça Eleitoral de Dourados após audiência com o juiz. Foto: Divulgação

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O ex-vereador Carlinhos Cantor, presidente da Executiva Municipal do Partido Liberal (PL) e principal coordenador da campanha do vereador Alan Guedes (PP) à prefeitura de Dourados, teve que prestar contas à Justiça Eleitoral na tarde desta terça-feira. Carlinhos Cantor foi levado à presença do juiz eleitoral César de Souza Lima, da 18ª Zona Eleitoral de Dourados, depois de usar um telefone celular para simular contratações de cabos eleitorais em nome do candidato José Carlos Barbosinha (DEM).

A estratégia foi a mesma usada em campanhas eleitorais do passado, quando o adversário se apresentava como integrante da campanha eleitoral do concorrente e fazia contratações falsas, que não se confirmavam e geravam prejuízo eleitoral a partir do momento em que a pessoa supostamente contratada nunca era chamada para trabalhar e, tampouco, recebia qualquer valor.

A prática acabou desmascarada justamente no momento em que a coligação de Alan Guedes explora o horário eleitoral no rádio e na TV para acusar o adversário de fazer parte da “velha política”, ou seja, justamente aquela que usava artimanhas como a de Carlinhos Cantor para conseguir a vitória nas urnas. A diferença é que o golpe eleitoral de Carlinhos foi descoberto antes das eleições, o que acaba reduzindo o prejuízo eleitoral ao concorrente.

Na presença do juiz César de Souza Lima, o ex-vereador Carlinhos Cantor, que é presidente do partido do candidato a vice-prefeito (Dr. Guto) na chapa de Alan Guedes, confessou o golpe eleitoral e confirmou que o número de telefone usado para as falsas contratações de cabos eleitorais estava, de fato, habilitado em nome dele.

O juiz eleitoral alertou Carlinhos Cantor sobre o crime eleitoral que ele havia cometido e, também, deixou claro que ele poderá responder por falsidade ideológica a partir do momento que falava em nome da coligação de Barbosinha mesmo sendo presidente do partido que cedeu o vice-prefeito à chapa de Alan Guedes.

Agora, a Justiça Eleitoral vai investigar o golpe praticado por Carlinhos Cantor para descobrir quantas pessoas ele contratou em nome de Barbosinha. A fraude eleitoral também será investigada no âmbito criminal pela Polícia Federal, uma vez que além da falsidade ideológica também configura estelionato.

BARBOSINHA LAMENTA

O candidato Barbosinha lamentou na tarde desta terça-feira a estratégia usada pelo coordenador da campanha de Alan Guedes para tentar prejudica-lo na disputa pela Prefeitura de Dourados. “É lamentável que isso ocorra justamente num momento em que as forças políticas deveriam debater ideias para tirar nossa cidade da situação em que ela se encontra hoje”, ressalta Barbosinha. “Ao invés de debater projetos e propostas, ainda tem gente que acredita ser possível vencer eleição com métodos rasteiros”, completa.

Barbosinha alerta as pessoas que tenham sido vítimas dessa fraude que procurem a Justiça Eleitoral para denunciar. “Temo que centenas de pais de família tenham sido enganados por essa falsa contratação em meu nome, mesmo porque já recebi informação que estão usando até uma lista para contratações que jamais foram autorizadas pela nossa Coligação”, alerta Barbosinha. “Diante de tudo isso que foi apurado pela Justiça Eleitoral hoje, fica a seguinte pergunta: quem está praticando a velha política que acha eleição se vence a qualquer custo?”, finaliza.