Dentista preso com pornografia infantil diz que material era para “orientar” as filhas

No interrogatório, o também professor alegou que nunca mostrou os vídeos para as filhas, mas que tinha curiosidade nos conteúdos

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Dentista, de 52 anos, preso em flagrante por armazenar e compartilhar vídeos de abusos sexuais de crianças e adolescentes, em Campo Grande, alegou que além da curiosidade no material, também usava eles para orientar suas duas filhas. O dentista e professor de uma universidade passou por interrogatório nesta terça-feira (31).

Porém, ele não teria mostrado os vídeos para elas, de acordo com as informações cedidas pela Polícia Civil.

Atualmente casado e pai de duas crianças, que não tiveram suas idades reveladas, o dentista tentou justificar de todas as maneiras que achava que a prática de consumir pornografia infantil não era crime, mas ele foi um dos alvos da Operação Predador neste mês de maio.

Mês, que inclusive, é de combate o abuso e à exploração sexual de crianças e adolescente. O dentista estava sendo investigado há pelo menos seis meses e foi preso, assim como outros dois indivíduos, que também tinha armazenados vários conteúdos infantis relacionados a abusos sexuais.

No consultório dele, a polícia apreendeu 4 CPUs, dois HDs e aparelho celular, tudo isso com auxílio de mandado de busca e apreensão, que também serviu para afastar o sigilo telefônico. A delegada afirmou que mais de 200 vídeos de abuso sexual infantil foram encontrados nos equipamentos eletrônicos.

“A Polícia Civil dispõe de ferramentas de inteligência. Assim como o crime físico deixa rastros, o cibercrime também deixa rastros. Não tem ninguém oculto, anônimo na rede”, enfatizou a delegada da DEPCA (Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente), Fernanda Mendes.

Arruda deve passar por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (1°), mas no despacho da prisão em flagrante delito, Fernanda Mendes disse que representou contra a prisão preventiva do dentista e professor.

Ainda de acordo com a delegada, as penas para esses crimes podem superar os 10 anos de reclusão. O compartilhamento desses conteúdos pode levar a uma pena de 3 a 6 anos, enquanto armazenar vídeos de abuso sexual infantil possui uma pena de 1 a 4 anos de detenção.