Advogado presta depoimento 'relâmpago' e mãe de Matheus se pronuncia

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Advogado presta depoimento 'relâmpago' e mãe de Matheus se pronuncia

Segundo a testemunhar no júri que investiga a morte do adolescente Matheus Coutinho Xavier, 17 anos, o advogado Silvano Oliva falou aos jurados apenas cerca de 10 minutos. As defesas de Jamil Name e Marcelo Rios abriram mão de convocar três testemunhas previstas para esta terça-feira (18).

Silvano foi advogado da família Name em questões civis até 2017. Os questionamentos da defesa giraram em torno da relação dele com a família.

Em silêncio desde ontem, a advogada Cristiane Coutinho, mãe de Matheus, se pronunciou pela primeira vez como assistente de acusação e questionou Silvano sobre quais fazendas ele analisou documentação.

Oliva respondeu que trabalhou na documentação das fazendas 20 de Julho, Santa Terezinha e outras, mas que as fazendas Figueira e Invernadinha, não. A briga entre a família Name e o pai de Matheus, Paulo Roberto Xavier, estaria ligada aos negócios das últimas duas propriedades.

A defesa dos réus tentou tumultuar, questionando o fato de que a assistente de acusação inquiriu a testemunha antes dos membros do Ministério Público, mas não deu em nada. Silvano usou a prerrogativa de advogado para se recusar a responder sobre nomes de clientes com os quais atuou, o que foi aceito pelo juiz.

Marcelo Rios abriu mão do testemunho de Orlando Oliveira de Araújo e Jamilzinho de mais duas testemunhas.

O caso

Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.

Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.

A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.

PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ”hacker” e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.

No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.

O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.

Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.

A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.



Fonte: Top Mídia News