Nesta terça-feira (18), Jamil Name Filho, de 46 anos, compareceu ao Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, como terceiro réu a depor. Ele negou as acusações que lhe foram imputadas, alegando não ter ordenado a morte do estudante Matheus Coutinho Xavier em 2019, um assassinato ocorrido por engano.
Jamilzinho está atualmente cumprindo pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e foi trazido a Campo Grande sob rigorosa escolta policial, tanto federal quanto estadual.
Embora seja apontado como o mentor do crime, o Ministério Público Estadual afirma que os pistoleiros contratados, cujo alvo era o pai do estudante, Paulo Roberto Xavier, conhecido como “PX”, se confundiram e acabaram disparando contra Matheus.
Durante sua defesa, o réu mencionou que PX teria conexões com um famoso criminoso chamado “Major Carvalho”, considerado um dos principais traficantes do mundo. Jamilzinho afirmou ter ouvido falar de uma operação na qual PX foi preso por envolvimento com o Major Carvalho, e que ele próprio conheceu o pai de Matheus Coutinho três meses após o militar ter sido solto.
Em relação ao pistoleiro Juanil Miranda Lima, acusado de efetuar os disparos que vitimaram Matheus, Jamil Name Filho afirmou desconhecer sua existência. Segundo Jamil, Juanil seria membro de uma facção criminosa originada em São Paulo. O réu também alegou ter pouca relação com Vladenilson Olmedo, um policial civil aposentado que também é réu pelo assassinato.
Durante seu depoimento, o primeiro no julgamento, Jamil Name Filho destacou que não tinha conhecimento de que o ex-guarda municipal Marcelo Rios havia escondido um arsenal na casa de seu pai, localizada no Monte Líbano.
Por fim, o réu negou todas as acusações feitas contra ele, incluindo a de ser o dono do jogo do bicho na cidade.
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O caso em questão envolve Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios, que estão sendo julgados como mandantes do assassinato de Matheus Xavier Coutinho, de 17 anos. A vítima teria sido morta por engano no lugar de seu pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.
Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, conhecido como Zezinho, seriam os executores do plano. A disputa entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, iniciou-se quando o ex-policial começou a trabalhar para os acusados, mas posteriormente passou a fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.
A família Name, liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria uma rixa com Antônio Augusto devido à propriedade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que possui alto valor financeiro. A propriedade foi transferida para a Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.
PX afirmou ter sido ameaçado a deixar a cidade antes do assassinato de Matheus, pois se tornara inimigo do clã Name. Durante a investigação, a polícia descobriu que um técnico de informática atuou como hacker e auxiliou no monitoramento de Paulo Roberto em tempo real durante vários dias.
No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores avistaram uma caminhonete S-10 saindo da garagem da casa e abriram fogo, inclusive usando uma metralhadora AK-47. Porém, em vez do pai, era Matheus quem dirigia o veículo para buscar seu irmão na escola.
Paulo Roberto socorreu o filho após ser atingido pelos disparos. Ao avistar uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo a um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso, ele pediu ajuda. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.
Outros três réus deveriam participar do julgamento, mas Jamilson Name faleceu no Presídio Federal de Mossoró, RN, devido a problemas de saúde, e Zezinho morreu em um confronto policial. Juanil é considerado foragido.
A acusação é conduzida pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Cristiane Almeida Coutinho, mãe de Matheus e advogada, atua como assistente de acusação no processo.
Da redação com informações do TopMidiaNews