Dona Iraci

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Dona Iraci

Hoje é quinta-feira, dia de celebrar a gastronomia periférica aqui no Portal IG, onde cada prato conta uma história de coragem, identidade e potência.

Nossa parada de hoje é com Iraci da Silva Santos, 64 anos, uma verdadeira guardiã da cultura baiana e da força feminina nas periferias de São Paulo. Baiana do acarajé, ela começou sua trajetória nas feiras da Bahia, levando sabor e tradição por onde passava. Nos anos 1990, seu tabuleiro virou ponte entre o passado e o futuro.

Em 1999, com coragem e fé, ela deixou o marido na Bahia e veio para São Paulo com o filho no colo. Chegou ao Jardim São Luiz, na zona sul, com a garra que só as mães solo nordestinas conhecem. Foi o acarajé, esse símbolo sagrado da culinária afro-brasileira, que sustentou sua casa, sua dignidade e os sonhos do filho.

“Sempre me virei sozinha”, ela diz com firmeza, como quem sabe do próprio valor.”
Hoje, seu filho tem 31 anos e é formado em Educação Física. Ela o criou com suor, dendê e muito amor. E, mesmo com o filho formado e independente, dona Iraci segue na lida, vendendo acarajé com o mesmo brilho no olhar — não por necessidade, mas por orgulho, por cultura, por missão. Hoje a dona Iraci, montsa sua barraca, todas as segundas, quartas e sextas( Próximo a entrada do Horto do Ypê), no paque Munhoz, Campo Limpo, zona Sul.

A gastronomia periférica vai muito além do alimento, ela alimenta futuros, preserva memórias, movimenta economias e fortalece territórios. É dentro das quebradas que nascem os sabores mais autênticos do Brasil. É na panela de mulheres como dona Iraci que se cozinha resistência, afeto e transformação social.

Enaltecer a gastronomia periférica é reconhecer o Brasil que alimenta o Brasil. É dar voz a quem transforma ingredientes simples em força ancestral. É valorizar o saber que não está nos livros, mas que mora na prática, na garra e na tradição.

E, se você conhece uma mulher da quebrada que vende seu bolo, seu acarajé, sua marmita ou seu pão de cada dia, apoie, compre, divulgue. Cada gesto é uma forma de manter viva essa cultura que pulsa nas ruas e fortalece comunidades inteiras.

Até a próxima quinta, com mais comida boa, e histórias de qualidade nas quebradas.

Fonte: gente.ig.com.br

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